Torneio de tiro aos pombos a favor das vítimas da Grande Guerra (1916)
Lendo a imprensa periódica vimaranense, deparamo-nos de que no dia 9 de julho de 1916, em plena participação de Portugal na Grande Guerra, o Núcleo Patriótico das Taipas, organizou um torneio de tiro aos pombos, em benefício das vítimas portuguesas da guerra.
Esta festa desportiva causou grande entusiasmo no noroeste de Portugal, com a participação de vários atiradores e patrocinadores do Porto, Braga e Guimarães.
Entre os prémios oferecidos, destacava-se o prémio de honra - uma taça de prata, - oferta do Núcleo Patriótico das Taipas, organizador do evento. Este evento envolveu vários sectores da sociedade portuense, bracarense, vimaranense e taipense, tendo os restantes prémios sido oferecidos pelas seguintes entidades, a saber: Governador Civil, Administrador do Concelho, António Leite de Castro, Dr. Henrique Cardoso de Meneses (Margaride), Manuel Ferreira Leite, Grande Hotel Braga, Grande Hotel Vilas, Centro Democrático Vimaranense, Empresa Termal das Taipas e Club de Caçadores do Porto.
Efetivamente, meses antes, a 9 de março de 1916, a Alemanha tinha declarado oficialmente guerra a Portugal (apesar dos combates em África desde 1914). No entanto, seria no ano seguinte, em 1917, que as primeiras tropas portuguesas, do Corpo Expedicionário Português, seguiam para a guerra na Europa, em direção à Flandres. Portugal envolveu-se, depois, em combates na França. Neste esforço de guerra, chegaram a estar mobilizados quase 200 mil homens. As perdas atingiram quase 10 mil mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente superiores à capacidade nacional.
Em suma, as vítimas portuguesas referidas nesta notícia referiam-se ainda aos militares que estavam em serviço desde 1914, em África onde se realizaram uma série combates perante os alemães, na fronteira do sul de Angola com o Sudoeste Africano Alemão e na fronteira norte de Moçambique com a África Oriental Alemã. Neste destacamento de militares portugueses em África, estava a cidade de Guimarães diretamente envolvida com uma força de militares do Regimento de Infantaria nº20, aquartelado no Paço dos Duques de Bragança.