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Temporal nas Taipas em 1951

António José Oliveira
Opinião \ quinta-feira, fevereiro 15, 2018
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Esta inundação que assolou as Caldas das Taipas, não é caso único nesta povoação, dado que ao longo dos séculos XIX e XX existem bastantes testemunhos de ocorrências semelhantes.

Consultando a edição de 25 de fevereiro de 1951, do semanário Notícias de Guimarães, encontrámos um artigo do correspondente de Caldas das Taipas, intitulado “O temporal de terça-feira causou estragos nas Taipas”. Neste artigo, é descrito o mau tempo que assolou esta vila no dia 20 de fevereiro de 1951, tendo motivado a elevada precipitação uma cheia do rio Ave e da ribeira da Canhota, que há muitos anos se não verificava.

O rio Ave galgou as margens, tendo invadido os salões do Hotel das Termas, bem como os balneários termais de 1.ª, 2.ª e 3.ª classes (denominados “Banhos Novos” e “Banhos Velhos”). Segundo o mesmo artigo, as águas atingiram quase meio metro de altura no interior dos “Banhos Novos”, contíguos ao Hotel das Termas.

Denote-se que esta inundação não provocou quaisquer transtornos aos aquistas e aos hóspedes do Hotel das Termas, dado que, nessa altura, estas duas unidades apenas funcionavam na época balnear, que decorria entre os meses de maio e outubro.

Esta inundação causou unicamente danos materiais à Empresa Termal das Taipas, concessionária, na época, da exploração das nascentes termais, nomeadamente o derrube de dois muros que ladeavam os “Banhos Velhos” (localizados nas proximidades do rio Ave e numa cota inferior ao mesmo), a saber: um que vedava os balneários pelo lado norte e o outro na avenida de ligação entre os balneários pelo poente. Neste articulado, incluído na página três, é dito que se a chuva continuasse por mais algumas horas, a Central Elevatória das Águas teria sido atingida pela cheia, para o que faltaram apenas uns escassos 30 cm.

Esta inundação que assolou as Caldas das Taipas, não é caso único nesta povoação, dado que ao longo dos séculos XIX e XX existem bastantes testemunhos de ocorrências semelhantes, que causavam bastantes incómodos, nomeadamente nos equipamentos desportivos localizados junto do rio Ave e da Ribeira da Canhota e nos estabelecimentos termais.