Regresso ao desgoverno
O ano letivo anterior ficou marcado pelas sucessivas e constantes greves, que apenas aos pais e alunos prejudicam, não havendo resposta por parte do governo para resolver.
As premissas anunciadas há um ano para resolver a falta de professores foram deixadas para trás e agora poucos sabem o que norteia o governo para resolver o problema da falta de professores no futuro. E a falta de professores, como alguns anunciam e bem, é catastrófico no sistema educativo e consequentemente, na sociedade portuguesa.
O Ministério da Educação, como sempre faz no início de cada ano lectivo, anuncia a colocação de 95% dos horários já atribuídos. Mas, na prática, sabemos que nunca é assim.
Mas o que se passa na educação, com negociações com sucessivas rondas, promessas e planos, também tem vindo a acontecer na saúde e na justiça.
O país nunca viveu tempos iguais a estes: há dinheiro de fundos europeus (Portugal 2030 com 23 milhões de euros dos fundos europeus em projetos que estimulem e desenvolvam a economia portuguesa em 2021 e 2027), carga de impostos como nunca aconteceu e em contrapartida tão pouca qualidade nos serviços de saúde, na justiça e na educação.
A isto chama-se desgoverno; falta de capacidade de governar, má administração, desperdício e esbanjamento.
É neste estado que o pais está.
Nos anos de governação com a troika houve cortes na justiça, na educação e na saúde. Foram tempos difíceis porque o desgoverno nos conduziu a tal situação.
Nesses tempos não assistimos à sucessiva paragem das aulas em tempo escolar e mais grave do que isso, às mortes por falta de assistência nos hospitais, por fecho de vários serviços em todo o país.
Como é possível fazer-se uma gestão de saúde pública encerrando de vários serviços de urgência, serviços de obstetrícia, de pediatria? Estes serviços foram criados precisamente para que os utentes tenham acesso a cuidados de saúde próximos! A saúde não espera mais umas horas (tempo até chegar ao serviço de urgência que fica a mais de 50 Km).
Estamos a formar poucos professores, poucos por falta de incentivos na admissão à profissão, com futuro nada promissor; formamos bons médicos para trabalharem no privado ou emigrarem, pois no serviço público os salários são baixos e as condições de trabalho são precárias; formamos engenheiros que vão trabalhar no setor privado pois têm perspetivas de futuro ou também emigram.
Existe apenas, por parte do governo, um grande incentivo à emigração por falta de condições de trabalho no nosso pais.
Vivemos em tempos de apresentação de planos, de pacotes e projetos que, apesar de termos um governo com maioria, nada resolve no dia a dia dos portugueses.
Se o PS desgoverna havendo dinheiro de impostos e de fundos europeus, se governasse em tempos de troika o que seria do nosso pais?