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Há muito tempo que não ouvíamos falar em bullying

Natália Fernandes
Opinião \ segunda-feira, maio 31, 2021
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Porque temos de ter a consciência de que isto não é um problema "dos outros", é um problema de todos.

Certamente porque, a vida escolar e a vida social, atentos os tempos de pandemia que vivemos, estagnou, passou a ser à distância durante um período de tempo, não existindo contacto diário entre os jovens e crianças.

Deixou de se viver e conviver em sociedade, passamos a viver mais isolados, e, portanto, não sujeitos a determinados comportamentos.

Entretanto a rotina começou a voltar à “normalidade”, e as escolas não foram excepção. Não que estes factos apenas ocorram nas escolas, mas certo é que nas escolas é onde se iniciam este tipo de comportamentos e fenómenos. Aquando do início da vida em grupo, em sociedade.

O bullying inicia-se nas escolas e nos recreios, mas em casa e nas ruas ele também existe.

Interessa perceber, para além do problema, a “solução” para o mesmo, ou se ela existe. Ou então termos a consciência de que ele (o problema) existe porque, sem querermos, muitas vezes somos também nós que, nem que seja por nos calarmos perante situações que exigiriam que falássemos bem alto, acabamos por condescender com "pequenas" violências.

Esquecendo que violência é violência! Por mais pequena, o impacto é sempre brutal.

Perceber que a nossa atitude como pais, educadores, cidadãos perante estes comportamentos pode originar a reacção, ou má reacção do agressor.

Vemos muitas opiniões sobre a questão: como podem os pais saber se os filhos são vítimas de bullying?

E não será pertinente também saber: como podem os pais saber se os filhos são bullies?

O que fazer? Como agir?

E aqui encaixam-se os pais, educadores e sociedade que têm de tomar consciência de que não existe só a vítima para defender e ajudar, existe o agressor para “converter“.

Se entendemos que esta realidade é para banir, não se deve condescender com a indisciplina, actos de má educação e de absoluta ausência de regras com que as crianças e jovens convivem, todos os dias, entre si e para com os pais, professores e educadores. Porque este é um princípio para subir o grau para o bullying.

O comportamento humano é caricato: se observarmos um individuo sozinho este tem um tipo de comportamento perante uma determinada situação; em grupo o seu comportamento altera perante a mesma situação. Assistimos a isso numa assistência a um jogo, numa manifestação. O individuo isolado é mais sereno, mais calmo. Em grupo o individuo sente-se mais forte.

Os bullies, por norma, andam sempre acompanhados, e as vítimas mais isoladas!

Porque temos de ter a consciência de que isto não é um problema "dos outros", é um problema de todos.

Temos de compreender que condescender com uma situação, pode significar perpetuá-la!