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Alfredo Oliveira
Opinião \ quarta-feira, setembro 08, 2021
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Constantino Veiga tem mais a ganhar do que a perder neste seu retorno à liderança da JF. Nisto, o PSD está como o PS, não tem outros candidatos que sejam reconhecidos como verdadeiras alternativas.

Há cerca de quatro anos escrevíamos neste espaço que Luís Soares tinha mais a perder do que a ganhar ao concorrer à Junta de Freguesia de Caldas das Taipas. Passados esses anos, nas eleições a decorrer a 26 de setembro, essa afirmação ganha ainda uma maior dimensão, atendendo ao clima que se vive na família socialista, decorrente das eleições para a concelhia e distrital desse partido, bem como à forma como Domingos Bragança chegou à composição da lista que apresenta a sufrágio.

Também dizíamos que Luís Soares era “um corredor de fundo e não deixa nada ao acaso”. Tendo agora um adversário com uma intervenção política diferente de Manuel Ribeiro, aliado à retirada de alguns apoios face ao acima referido, Luís Soares sabe que uma derrota sua iria “satisfazer” algumas personalidades socialistas e alavancar outros socialistas no posicionamento interno no partido. Por outro lado, o PS local vive o que o PSD viveu com a impossibilidade da recandidatura de Constantino Veiga em 2017 – que outro candidato socialista poderia apresentar ao nível de Luís Soares?

Por sua vez, Constantino Veiga, em 2021, tem mais a ganhar do que a perder neste seu retorno à liderança da Junta de Freguesia. Nisto, o PSD está como o PS, não tem outros candidatos que sejam reconhecidos como verdadeiras alternativas.

A novidade destas eleições passa pela candidatura de Jorge Freitas, pela CDU (em alternativa a Capela Dias, que apresenta uma candidatura numa freguesia vizinha) e do jovem Isaque Mendes, pelo Chega. Rui Antunes repete a sua candidatura pelo Bloco de Esquerda. Será entre estes partidos que poderá passar a composição do futuro executivo, caso não volte a imperar o chamado voto útil. Como curiosidade, a nível do concelho, somente mais duas freguesias é que apresentam cinco candidaturas, sinal evidente da importância destes territórios.

Para a Câmara Municipal, Domingos Bragança também terá diversas personalidades socialistas a “abrir um champanhe” caso o resultado eleitoral não lhe corra de feição. Ao longo do seu percurso, não podemos esquecer, foi deixando cair personalidades importantes, caso de José Bastos e Amadeu Portilha (em 2017) e, agora, Seara de Sá e Ricardo Costa.

O PSD teve um aumento da sua votação e conquistou mais um vereador (em detrimento da CDU), em 2017. Bruno Fernandes tem condições para reforçar a votação no PSD, mas caso isso aconteça, não significa que ganhe as eleições ou que eleja mais um vereador.

A surpresa poderá passar pelos outros partidos. O limiar para se eleger um vereador passa por se obter cerca de 7200 votos (o PS, em 2009, conseguiu um sétimo vereador com 7157 votos, aplicando-se o método de Hondt). Caso a CDU, BE, IL ou Chega atinjam esse patamar, possivelmente o vencedor destas eleições não o será com maioria absoluta.

 

SOBE

Vitalidade democrática

Sete candidaturas à Câmara Municipal e 159 listas apresentadas nas 48 freguesias do concelho de Guimarães, com o PS, a coligação JpG e a CDU a apresentarem candidaturas em todo o território. Existem ainda três candidaturas independentes e existem três freguesias com cinco candidaturas, com a presença de representantes do PS, da JpG, da CDU, do BE e do Chega, mais concretamente em Caldelas, Azurém e na União de Freguesias de Selho São Lourenço e Gominhães.

Estas candidaturas vão disputar os votos dos 142.954 eleitores inscritos nos cadernos eleitorais.

 

DESCE

Afeganistão

O 31 de agosto é outro dos acontecimentos que ficará na história e mais um daqueles que surpreendeu o mundo, não tanto pela saída dos EUA, mas principalmente pela forma como se desenrolou. Para quem, como eu, vê nos EUA uma melhor referência do que a Rússia ou a China, fica uma grande desilusão.

A desilusão aumenta com o facto de vermos países como a Rússia (que também ocupou e abandonou o Afeganistão), a China e outros países a colocarem-se na linha da frente e a querem ficar bem com um governo que não respeita minimamente ou despreza os Direitos Humanos.