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O estado do folclore

Alfredo Oliveira
Opinião \ terça-feira, junho 29, 2021
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Algo terá de ser feito ou, nada se fazendo, assistiremos ao fim de muitas danças, cantares e trajes das nossas freguesias.

O Reflexo tem vindo, ao longo do último ano, a dar destaque aos vários setores de atividade económica e social mais afetados pela pandemia causada pela Covid 19.

Estamos inseridos numa região onde os grupos folclóricos são associações que identificam as respetivas freguesias e evidenciaram uma certa rivalidade entre elas ao longo dos tempos.

Em Portugal, existem 418 ranchos efetivos na Federação do Folclore Português, a que se juntam mais 156 grupos com o estatuto de aderentes e transitórios. Dos efetivos, 17 estão registados em Guimarães. O outro concelho do distrito de Braga que se aproxima ligeiramente dos valores de Guimarães é o de Famalicão, com 10 grupos, e, em terceiro, o concelho de Barcelos com 4 grupos. Evidentemente, existem outros ranchos que não seguem as normas impostas por esta federação. Estes dados servem para ilustrar a importância deste movimento de cultura popular no nosso concelho.

Falando numa crise no associativo nos tempos atuais, a crise profunda nos grupos folclóricos será um dos elementos mais ilustrativos dos momentos que a sociedade atravessa neste âmbito.

Os ranchos folclóricos já viveram tempos áureos, mas nos últimos anos assistiu-se a uma dificuldade na renovação destes grupos, pois os jovens não veem o folclore como atividade prioritária para os seus tempos livres.

O ponto crítico, para muitos desses grupos, está aí. A pandemia poderá ser decisiva na vida de alguns grupos. Impedidos de ensaiar, impedidos de organizar e participar nos festivais e com dificuldades de cativarem novos dançarinos, podemos viver um tempo em que se assistirá a um ponto final na atividade de alguns desses ranchos.

Algo terá de ser feito ou, nada se fazendo, assistiremos ao fim de muitas danças, cantares e trajes das nossas freguesias.

 

Sobe

Apesar de ser uma obra inicialmente prevista para 2017, será de salientar o fim e a consequente abertura oficial da intervenção na Alameda Rosas Guimarães.

Qualquer obra pública dificilmente recolhe unanimidade e esta não fugirá à regra. O excesso de alcatrão será um ponto que menos acolherá unanimidade.

A despromoção do uso automóvel e um reforço de espaços para as pessoas, num parque de lazer, terá de ser visto como algo natural e expectável.

 

Desce

Este será mais um ano para esquecer em termos de festas populares. Caldas das Taipas terá mais um ano para esquecer em termos de afirmação regional. Tendo a segunda festa popular de maior dimensão concelhia a seguir às Gualterianas, naturalmente perde algo que a ajuda a cimentar a sua função aglutinadora.

Escrevendo nas vésperas de S. Pedro, contrariamente aos outros anos, não foi o frenesim de luzes, cor e som, bem como a movimentação das pessoas, que me alertaram para a data, foi simplesmente o fecho da edição do jornal Reflexo.