Manta, Suave Fest, Banhos Velhos e Entre Palcos
Para quem diz que não se passa nada na nossa terra, ora bem, desta vez terei de discordar. Efetivamente nos últimos tempos a oferta tem sido bastante alargada e muito diversificada a nível de concertos ao vivo na nossa zona.
Só neste mês de setembro tivemos quatro festivais acontecer em Guimarães, o Manta, o Suave Fest, encerramento da agenda dos Banhos Velhos com o seu último evento da temporada, e o novíssimo EntrePalcos.
Em primeiro lugar o Manta que aconteceu no início do mês de setembro, nos dias 8 e 9, nos jardins na sexta e sábado no auditório do Centro Cultural Vila Flor. Um evento que nos tem apresentado ao longo dos anos programações diferenciadas, e que este ano nos trouxe sonoridades com tonalidades africanas com raízes em Angola e Cabo Verde. Tristany e Lura na sexta-feira, Aline Frazão e Nancy Vieira no sábado foram os artistas que passaram pelo palco do Manta.
No fim de semana seguinte aconteceu o Suave Fest dividido este ano por razões climatéricas, entre o Largo da Misericórdia em frente ao Convívio na sexta-feira dia 15, com The Lemon Lovers, Surma, Salto e Máquina, e no sábado no átrio das salas de ensaio do Teatro Jordão com Tyroliro, Indignu, Ganso e Fugly. Como nos tem habituado o Suave Fest trouxe um cardápio que tenta apresentar sempre o que de melhor se vai fazendo no panorama nacional a nível de música moderna dentro do espectro do pop/rock alternativo.
Na sexta seguinte foi a vez da Garota Não a fechar a agenda cultural dos Banhos velhos no Multiusos das Caldas das Taipas (local escolhido em alternativa, também devido à ameaça de chuva). Um concerto introspetivo cheio de canções carregadas de mensagens fortes. Mais uma enchente a confirmar que estes Banhos Velhos têm já um público que acompanha fielmente todos os seus eventos. Caras que maioritariamente não são de cá mas que evento após evento se vão repetindo!! A fechar a noite os Taipenses Les Dirty Two para o pezinho de dança necessário para fechar com chave de ouro esta temporada!
Por último no sábado dia 23 o novo Festival EntrePalcos. Um evento com vários palcos espalhados por diversas praças da cidade de Guimarães que se propõe a ser um evento multicultural e multidisciplinar. Tivemos palco para dj’s, música tradicional, stand up comedy, concertos surpresa acontecer em diversos locais da cidade, e um palco dedicado a música dentro das sonoridades do rock alternativo. Tudo salpicado e colorido por entre um palco Eco,, com uma série de actividades e oficinas e um palco Artes onde estiveram diversos artístas plásticos. No mesmo dia tivemos oportunidade de ver dezenas de espetáculos, dos quais Captain Boy, Copy Cat, Paraguaii, Hot Air Ballon, Segundo Minuto, Pluto, Gin Party Sound System, Los Bomboneros, Juanito Caminante, João Seabra entre muitos muitos outros.
De todos uma nota especial para os Pluto de Manel Cruz. Foi efetivamente um concerto especial para mim de uma banda da qual sou fã há muitos anos. E que concerto que estes senhores deram. Acima de tudo foi um momento de comunhão de uma banda que sempre fugiu dos holofotes com o seu público vimaranense. Mesmo com apenas um disco (genial na minha opinião), editado há mais de vinte anos, consegueriam ter umas largas centenas que cantaram as suas músicas do início ao fim do concerto. Muitos dos jovens que vi lá seriam crianças de colo na altura que o disco Bom Dia saiu. O poder da música! Foi um daqueles concertos que vai ficar certamente na memória de quem lá esteve.
E pronto meus amigos, efetivamente este Setembro esteve recheado de coisas boas, dezenas de concertos, para todos os gostos e feitios, todos eles com a característica de serem sem bilhete. Por isso nem sempre as coisas são más, e efetivamente a nossa terra nesta área cultural tem sabido mostrar uma actividade muito acima da média. Espero verdadeiramente que esta aposta seja para continuar.
Contudo, atenção, para que esta aposta continue acontecer e não esmoreça, também é necessário mostrarmos que somos um público com vontade de ver concertos meus amigos. Não chega só ser treinador de bancada e passar a vida a criticar. Os espetáculos só funcionam com público, por isso, toca a levantar o rabo do sofá, e siga sair para e fazermos a nossa parte, estar presente e apoiar a cultura na nossa Terra. Fica a dica!