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Legislativas 2024 – Rescaldo

Augusto Mendes
Opinião \ terça-feira, abril 16, 2024
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O PS perdeu estas eleições simplesmente pelo facto de não saber, ou não querer, explicar aos portugueses o sucesso que foi a governação de António Costa nos últimos oito anos.

Passado quase um mês das eleições legislativas podemos agora, mais a frio, fazer um rescaldo dos resultados eleitorais que deram à AD uma magra vitória. Partindo sempre de um princípio que para mim é sagrado: O povo tem sempre razão.

Aquilo que fica mais patente dos resultados que pudemos observar é que ninguém ganhou. Foi um resultado em que tanto a AD como o PS ficaram aquém das suas expectativas. Até o CH, que teve a subida mais forte está a notar que os seus 50 deputados de pouco servirão.

Na análise que vou aqui fazer dos resultados deixo já também um sublinhado para o seguinte: a AD ganhou as eleições com um candidato impreparado para o cargo, como aliás pudemos assistir com a dificuldade em eleger o presidente da Assembleia da República. Assistimos a um espetáculo degradante. Não podia a AD avançar com o nome de um senador como Aguiar Branco sem garantia de aprovação e estou certo que umas breves palavras com o líder do PS bastariam para ter essa garantia.

Mas falando agora daquilo que mais me diz respeito vou aqui tentar expor o meu ponto de vista sobre o porquê de o PS ter perdido estas eleições contra uma AD com tão pouca força.

Na minha opinião o PS perdeu estas eleições simplesmente pelo facto de não saber, ou não querer, explicar aos portugueses o sucesso que foi a governação de António Costa nos últimos oito anos. O PS fez uma campanha envergonhada, sem uma relação forte com a população, na rua que é onde o PS tem de andar. O PS é o verdadeiro partido do povo e isso não nos pode envergonhar.

O PS não se pode envergonhar de baixar a dívida pública de 131.2% para 99.1%;

O PS não se pode envergonhar de ter um crescimento acumulado de 18.1% desde 2015 contra 11.7% que é a média da zona EURO;

O PS não se pode envergonhar da subida de 62% no salário mínimo nacional;

O PS não se pode envergonhar dos 23.3% de aumento da pensão média;

O PS não se pode envergonhar da subida de jovens a ingressar no ensino superior que subiu de 39% para 54% em 8 anos;

O PS não se pode envergonhar de ter menos 600 mil pessoas em risco de pobreza;

O PS não se pode envergonhar de 62% da energia consumida ser produzida por energias renováveis;

O PS não se pode envergonhar de ter executado 100% dos fundos europeus do PT2020.

Mas foi o que aconteceu! O PS envergonhou-se destes factos e não explicou às pessoas a importância que os mesmos têm. Preferiu andar nas instituições e empresas, em ambiente fechado e controlado mas sem o apoio popular.

Com tudo isto deixamos um país melhor preparado, com excedente orçamental e com condições para avançar com reformas que o PS não teve tempo de concretizar.

Sigamos em frente e façamos as reflexões, e as mudanças, internas para que o PS esteja preparado quando os portugueses tiverem de novo oportunidade de escolher.