Desafios da mobilidade, também para o Avepark
Saídos do ano velho e a entrar no Ano Novo, todos temos a expectativa de ter um ano melhor do que o anterior.
Que seja melhor em paz, muita paz, saúde, sucesso, desenvolvimento, e investimento.
Ao nível concelhio também perspectivamos que no próximo ano o investimento público seja executado com determinação e mais assertivamente.
Do investimento público com elevados custos temos de exigir clareza, certezas e objetividade. E falo especificamente (mais uma vez) da via do Avepark.
Sim, porque é um dos maiores investimentos ao nível da mobilidade que o município pretende construir, e porque para o fazer o custo económico é elevado, e o custo para as populações envolventes também vai ser elevado.
E este custo/impacto vai afetar negativamente as freguesias afetadas, quer a nível social, económico, ambiental e territorial.
E como não foram estudadas outras opções para melhorar a mobilidade do lado norte do concelho, especificamente o melhoramento da N101 que liga a vila das Taipas a Guimarães, não se alcança neste investimento benefícios para outras zonas industriais e também elas muito importantes.
O problema de fundo não é só o Avepark, mas a mobilidade no concelho de Guimarães, que está estagnado há várias décadas, sem qualquer evolução ou progresso.
Apesar de ser uma discussão antiga, este problema do nosso concelho, apenas nos últimos anos é que o município de Guimarães parece começar a perceber que a mobilidade é um problema efetivo do concelho e que precisa de ser resolvido. E, finalmente, para isso, efetuou alguns estudos, tendo efetuado a apresentação do estudo sobre o sistema de transporte público em via dedicada e efetuado estudo para a interconectividade de Guimarães com a rede ferroviária de alta velocidade.
Curioso que este estudo, para a interconectividade de Guimarães com a rede ferroviária de alta velocidade, foi elaborado pelo Professor José Gomes Mendes, o mesmo que elaborou o estudo de avaliação do acesso ao Avepark, sendo que naquele primeiro defende uma ligação do Avepark à estação de alta velocidade em Braga, o que colide com o estudo da via de acesso ao Avepark.
Parece que efetivamente existem outras opções para a resolução do problema existente no acesso ao Avepark, problema este criado aquando da decisão da localização, errada, do Avepark.
Mas diferentes opções não se querem fazer ouvir, mesmo que sejam para resolver outros problemas da mobilidade nesta zona do concelho.
Para além destas particularidades, importantíssimas para o assunto, o município nunca foi claro quanto ao tipo de via que irá ser a estrada de acesso ao Avepark. Esta não vai ser uma simples rua que atravessa as freguesias, mas sim um verdadeiro monstro com cerca de 15 metros de largura, toda ela ou em cota elevada, em relação ao terreno existente, ou então em profundidade.
Em toda a sua extensão apenas tem 3 acessos (3 rotundas dentro das freguesias), o que vai originar que as diversas ruas que atravessa sejam brutalmente cortadas, separando as freguesias dentro de si próprias, alterando as vidas das populações.
Portanto as freguesias merecem uma total elucidação e explicação sobre o que lhes vai acontecer.
As populações afetadas por esta via têm o direito a ser ouvidas sobre a destruição e impacto nas suas vidas.
Porque existem outras opções, exige-se ao município a importância e a sensibilidade que este assunto merece, quer a nível económico, social, ambiental e territorial.
Porque os munícipes merecem que o investimento sirva a todos, de forma justa e equilibrada, pensada e estudada, com o menor prejuízo possível e o maior sucesso para todos, exige-se uma maior discussão sobre o assunto.
E que 2023 traga com ele esse sucesso e essa discussão.
Feliz Ano Novo