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COVID 19 - Medidas devem ter coerência

Augusto Mendes
Opinião \ sábado, novembro 14, 2020
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Vencer esta batalha vai depender mais das pessoas do que das instituições, isso não tenhamos qualquer dúvida.

Nestes tempos malditos em que vivemos, devido à pandemia COVID 19 todos temos tido de tomar decisões muito rapidamente. Sejam as famílias, as empresas ou as instituições. Mas aquelas que afeta a todos nós são as que são tomadas pelas instituições públicas. E na realidade algumas delas não têm sido coerentes entre si. Sabemos que para a tomada de decisões pesam por vezes fatores que passam ao lado da sociedade, mas têm de ser explicados para que possam ser percebidos pelas pessoas.

No fim-de-semana do dia de Todos os Santos, por exemplo, onde houve limitação à circulação de pessoas entre concelhos, não se entendem algumas das exceções criadas para as pessoas puderem ou não circular. Ninguém entende que possamos circular para um espetáculo cultural em espaço fechado e não possamos circular para a habitual romagem aos cemitérios ao ar livre. Como não se consegue assim justificar que sejam cancelados todos os eventos desportivos das atividades chamadas “Não Profissionais” mesmo sendo estas sem público.

Com estas decisões ficamos todos com a ideia que queremos prejudicar menos uns do que os outros. Sim, porque no final todos saem prejudicados.

Com todos os custos inerentes à situação as medidas deveriam ser coerentes e na impossibilidade de controlo numas situações as outras deveriam ter tratamento igual.

Todas estas limitações se irão sentir, a breve prazo, e noutras já se sentem, em alguns setores de atividade que estão a ser fortemente afetados e que correm sérios riscos de desaparecer aumentando ainda mais as desigualdades sociais que vivemos.

Mas na minha opinião os principais atores nesta situação não deviam ser as instituições mas sim as pessoas. Todas estas medidas não seriam necessárias se cada um de nós entendesse o momento que vivemos e fizesse a sua parte. Se aqueles que têm de ser mais expostos devido à sua vida profissional o fazem por dever, há aqueles que não têm de o fazer expondo-se assim mais do que era desejável.

Vencer esta batalha vai depender mais das pessoas do que das instituições, isso não tenhamos qualquer dúvida.