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Campistas portuenses nas Caldas das Taipas (1966)

António José Oliveira
Opinião \ sexta-feira, maio 17, 2024
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Tal como sucedia com o resto da Europa, o campismo nessa altura estava a desenvolver-se em Portugal e nas Caldas das Taipas, que, desde os finais da década de 50 do século XX, possuía um parque.

Através da leitura das diversas notícias do sr. José de Oliveira, correspondente das Caldas das Taipas, no semanário “Noticias de Guimarães”, ao longo das décadas de 50 a 80 do século XX, podemos extrair várias informações sobre a história desta vila.

Através de um artigo seu publicado a 05 de junho de 1966, neste semanário vimaranense, intitulado “Excursão campista” temos notícia de que, no fim de semana anterior, o Clube Sportivo Nun’Álvares, realizou uma excursão campista a esta vila. O Clube Sportivo Nun’Álvares, fundado em 1915, e com sede no Carvalhido, na cidade do Porto, tinha uma secção de campismo, chefiada pelo Dr. José Alves Dias, um dos seus associados mais antigos.

Segundo o sr. José de Oliveira, já com a piscina reaberta para funcionar na época balnear de 1966, os campistas do Clube Nun’Álvares “compareceram num luzido cortejo de caravanas para acampar, jantar e passar a noite de sábado, no magnifico recinto campista das Caldas das Taipas”. A Junta de Turismo da Estância Termal das Taipas “dispensou-lhes carinhosa recepção e à noite, o Rancho Folclórico de Souto, exibiu-se com agrado, recebendo fortes aplausos”.

No domingo, os campistas portuenses visitaram a Citânia de Briteiros e o Castelo da Póvoa de Lanhoso, regressando pelo Bom Jesus, Sameiro e Santa Marta da Falperra, chegando às Caldas das Taipas às 13h00. Seguidamente, no amplo salão da Pensão Vilas, teve lugar o almoço de confraternização dos campistas. Durante o almoço, o Dr. José Alves Dias no seu discurso debruçou-se sobre: “as belezas das terras visitadas; as cores da Veiga de Donim, comtempladas da montanha da Citânia; a amplidão dos horizontes disfrutados do alto do Castelo da Póvoa de Lanhoso; o azul do céu e o serpentear dos rios Homem e Cávado, vistos do alto da serra do Carvalho; o Bom Jesus, onde a natureza oferece características sedutoras com o chilrear dos passarinhos e com o murmúrio das fontes. Finalmente das Taipas, bendiz do acolhimento que foi dispensado aos componentes da Secção de Campismo do Clube Sportivo Nun’Álvares, prometendo voltar muitas vezes durante o ano, para gozar a magnificência dos aspectos do seu Parque e as cores garridas da vila”.

Em suma, tal como sucedia com o resto da Europa, o campismo nessa altura estava a desenvolver-se em Portugal e nas Caldas das Taipas, que, desde os finais da década de 50 do século XX, possuía um parque de campismo edificado pela Junta de Turismo da Estância termal das Taipas. As Caldas das Taipas na primeira metade do século XX, além de um importante centro termal, assumiam a sua singularidade no norte de Portugal com a edificação de diversos equipamentos desportivos e turísticos inovadores na época. Citamos a título de exemplo: barcos de recreio (final década 20); rinque de patinagem (1938); posto de turismo (1941); campos de ténis (1948); piscina e parque infantil (1950); e parque de campismo.