Cada coisa tem o seu tempo…
Caro leitor, gostávamos, todos nós, que as coisas que são necessárias para a comunidade fossem feitas com a maior brevidade possível. É até legítimo que depois das coisas serem prometidas pelos nossos eleitos, todos estejamos atentos e desejosos que as coisas se concretizem, e é bom que assim seja, pois essa pressão social aumenta a exigência de quem está a gerir os nossos destinos públicos. Independentemente das nossas vontades e da crescente pressão social, é uma realidade que os tempos na política e na vida pública são diferentes, por exemplo, do tempo das empresas.
Porquê? Por vários motivos, mas o mais importante será porque nas empresas as decisões são suportadas por quem as toma, mas na vida pública os custos dessas decisões são suportados por todos. É óbvio que por questões de transparência, equidade e boa gestão dos dinheiros públicos, todos os investimentos realizados têm de cumprir as regras estabelecidas, por forma a garantir que para a comunidade resultará a melhor relação custo/benefício.
É verdade que mesmo assim não está garantida toda a transparência, equidade e boa gestão. Mas não é menos verdade que os dinheiros públicos são hoje muito melhor gastos do que eram há 10, 20 ou 30 anos.
Não me queria apenas deixar prender pelas questões burocráticas. Há também toda uma vertente relacionada com a visão, estudo e planeamento do território que não pode ser descurada. Se muitas vezes as coisas são mal executadas do ponto de vista legal e burocrático, muitas outras elas são simplesmente feitas em cima do joelho para satisfazer objetivos politiqueiros de curto prazo que vão ficar caros a todos nós mais à frente.
Pode até custar a aceitar que isto é verdade, mas os exemplos que temos visto dão razão de ser esta a minha análise e, infelizmente, já tivemos exemplos na nossa Vila de processos que não cumpriram todas as formalidades e ainda hoje não só não estão encerrados. E no final nem os objetivos politiqueiros de curto prazo foram cumpridos.
Mas, caro leitor, temos também exemplos contrários, exemplos que provam que quando as coisas são feitas como deve ser, quer do ponto de vista legal, quer do ponto de vista do planeamento, a demora é compensada não só com uma boa execução dos fundos mas também com a qualidade do serviço ou espaço que nos é colocado ao dispor.
Um dos exemplos que melhor o define é o Polidesportivo do Parque de Lazer!
Ninguém gostava do estado em que o antigo ringue se encontrava. Com toda a razão, todos o criticavam. Numa análise mais curta de vistas, teria sido muito mais fácil fazer uma pequena remodelação, dar aqui e ali uma lavadela de cara e assim calar os mais críticos.
Seria errado.
Havia quem tivesse uma visão de futuro do que deveria ser aquele espaço num local nobre da Vila. Houve quem tivesse a paciência, a competência e o rasgo de criar as condições de o concretizar e hoje o que vemos é uma obra de referência, com múltiplas funcionalidades e que, consensualmente, orgulha os Taipenses. Lá podemos ver as crianças a jogar futebol, podemos ver as crianças a praticar ténis, podemos ver os eventos das escolas em várias ocasiões, podemos ver atividades dos escuteiros, já foi possível lá ver concertos de música e até festivais, é lá que decorrem os Domingos Ativos promovidos pela Junta de Freguesia, entre muitas outras coisas. Enfim. Uma obra que cumpre o seu desígnio.
Para terminar, caro leitor, digo em jeito de conclusão que aprendi, durante este pouco tempo de atividade política, que os tempos da política têm toda a razão de ser para cada um não fazer com o que é de todos o que faria se fosse seu. E assim deve ser, porque se não tratarmos bem dos dinheiros públicos, não somos merecedores da confiança em nós depositada pelos nossos pares.