As escavações arqueológicas dos Banhos Velhos
Presentes nesta tertúlia estiveram os responsáveis pelas duas equipas de escavações arqueológicas realizadas na envolvência dos banhos velhos, em 2010 e em 2021 e ainda a responsável da Câmara Municipal de Guimarães.
O que me leva a escrever sobre este tema, mais do que a importância do tema, que nos fez perceber a importância das termas na época e as explicações dadas sobre os vestígios encontrados, todos eles muito fragmentados, é uma frase dita pela responsável da equipa de arqueólogos das escavações de 2021.
Disse ela que “se não fossem as grandes obras nas nossas vilas e cidades a arqueologia em Portugal não existia nos últimos 30 anos”. Esta frase deve-se a uma lei que obriga a um acompanhamento, feito por arqueólogos, em obras de alguma dimensão ou em zonas já referenciadas de potenciais vestígios. E foi isso que aconteceu nas Taipas em 2010 e agora em 2021.
Pelo que nos foi dado a perceber podemos ficar assim descansados de que as obras de requalificação do Centro Cívico, projetadas para a zona baixa da Vila, não põem em risco possíveis vestígios que se poderia supor haver naquela zona.
Temos assim de nos sentir protegidos, não só pela forma como as coisas foram tratadas na nossa Vila, mas por sabermos que este cuidado, ao abrigo da lei, acontece em todo o país.
Ficamos assim com a garantia que erros cometidos no passado, onde se destruiu importante património arqueológico, não são possíveis nos dias de hoje.
Lanço aqui o repto para que, depois de limpos, identificados e catalogados todos os vestígios, possamos ter nas Taipas uma exposição de algumas das peças mais demonstrativas e que isso nos ajude a perceber melhor o estilo de vida da época dos romanos na nossa Vila.
[Nota] Artigo originalmente publicado na edição de maio do Jornal Reflexo.