Reflexões sobre o uso do smartphone
Não podemos negar que a tecnologia trouxe uma comodidade enorme ao nosso dia a dia. Podemos falar com familiares e amigos, ler as últimas notícias e até mesmo fazer operações bancárias, tudo através de um toque de um dedo. Mas que custos oculta esta comodidade?
Por exemplo, é comum pegar no telemóvel só para responder a uma mensagem e acabar por gastar 30 minutos em algo que não era importante. Muitas aplicações e redes sociais estão desenhadas para nos manter viciados e gastar o máximo de tempo possível nelas. Tempo que poderia ser gasto com a família, amigos, trabalhando ou em hobbies e bem-estar. Em média, uma pessoa passa on-line 17 horas por semana, o que ao longo de uma vida equivale a 7 anos da sua vida, sem pausas, só a olhar para o ecrã.
Além do tempo, outro custo relevante reside no impacto psicológico. Os nossos hábitos são o resultado de mecanismos que as apps desencadeiam nos nossos cérebros. Usam o sistema de gratificação instantânea que liberta dopamina sempre que recebemos algo no nosso telemóvel. Vários estudos demonstram que o uso prolongado das redes sociais está associado a um aumento de sofrimento psicológico, depressão e ansiedade.
Face a esta realidade, e se decidimos que conscientemente queremos limitar ou reduzir o uso do nosso smartphone, que podemos fazer? Existem táticas simples que podemos usar, como guardar o telemóvel numa gaveta ou noutra parte da casa; mudar as cores do ecrã para preto e branco, já que sem as cores vivas não será tão apelativo; ou limitar o tempo de cada app ou até desinstalar as mesmas.
Uma app muito interessante que se destaca e que nos pode ajudar neste âmbito, é a "One Sec" (um segundo) one-sec.app, que propõe pausas cada vez que iniciamos uma aplicação que desejamos utilizar menos. Esta pausa automática ajuda-nos a recuperar a consciência e decidir se de verdade queremos usar ou não o smartphone. A abordagem da app "One Sec" é quebrar o hábito. Ao esperar mais tempo para que as apps abram, o cérebro perde o interesse nessa libertação (destrutiva) de dopamina a curto prazo.
A autolimitação do smartphone é um exercício interessante para reaver o controle sobre nosso tempo e saúde mental. O equilíbrio entre a conectividade e a vida fora do ecrã é crucial para uma vida melhor e satisfatória. Explorar estratégias que nos ajudem a alcançar essa meta é um passo fundamental para melhorar a qualidade da nossa interação com a tecnologia e, consequentemente, com o mundo ao nosso redor.