A informação e desinformação das obras do centro
Começo esta crónica por pedir desculpa aos leitores pela maçada de repetir o mesmo tema em poucos meses, mas, na verdade, além de atual, não temos, nem teremos nos próximos anos, um tema tão importante para discutir. Afinal, uma obra como a requalificação do centro cívico, pela sua magnitude e valores envolvidos não se realiza muitas vezes, e disso os Taipenses devem estar orgulhosos.
Mas, o que me levou a voltar ao tema, foi a mensagem que recebi de um amigo, que, além de viver nas Taipas, é um amigo que “vive as Taipas” e amiúde me envia sugestões e opiniões. Transcrevo abaixo, na totalidade, a mensagem:
“Boas… Tudo fixe… uma opinião:
A Junta de Freguesia todos os meses devia informar quer nas redes sociais quer na página da Internet o ponto de situação das obras do centro! É que andamos “todos às aranhas” e assim pelo menos havia informação pertinente e verdadeira.
Penso que não custava nada fazer um breve resumo mensal e ficávamos todos informados!”
Lida a mensagem fiz o que faço sempre nestes casos e aquilo a que estou obrigado pelo regulamento da Assembleia de Freguesia para a qual fui eleito: encaminhei a mensagem à Junta de Freguesia.
A informação obtida foi a mesma que a Junta de Freguesia transmitiu na última Assembleia de Freguesia: o empreiteiro tem tomado decisões de avanços e recuos na obra de forma unilateral, e o dono da obra, que é a Câmara Municipal de Guimarães, tem ela própria tido muita dificuldade em acompanhar a programação, progressão e horizonte da obra, tendo inclusive o Presidente da Câmara Municipal dito já em Assembleia Municipal, que, esperando estar enganado, é possível que este imbróglio tenha de ser resolvido em tribunal. Tendo em conta este cenário, é possível perceber a dificuldade que a própria Junta de Freguesia tem em compilar e fornecer informações aos Taipenses. Não é difícil. É impossível.
A título de exemplo, temos o caricato, para ser comedido nas palavras, caso que aconteceu na semana passada, em que começaram a pavimentar a Rua Reitor Antunes Machado e a meio não tinham material! Sem qualquer informação prestada à Junta de Freguesia ou à dona da obra, a Câmara Municipal de Guimarães, foram retirar material ao estacionamento das Termas para acabar a pavimentação na Rua Reitor Antunes Machado. Inadmissível e incompreensível.
Mas, e para terminar tenho de reforçar aqui a minha posição pessoal. Não podemos deixar que nada nem ninguém possa transformar uma obra que será de excelência, necessária, e que já vem com atraso, numa coisa má e vire Taipenses contra Taipenses. Isso não é aceitável. Sim , por vários motivos, inclusive os que acima transmiti, as coisas não têm corrido bem e é perfeitamente compreensível o desespero dos taipenses ao verem a parca evolução da obra, mas temos todos de ter a força de lutar para levar a bom porto a maior e mais difícil empreitada que a nossa Vila teve em mãos em muitos anos.
ndr: artigo publicado originalmente na edição de março de 2022 do jornal Reflexo