A falta de seriedade do governo
Temos vivido tempos conturbados.
Depois de consecutivas greves de médicos, professores, dos tribunais e demais funcionários da função publica, vemo-nos agora com uma crise política com a demissão do governo.
Mais uma crise política criada por este governo. Mesmo com maioria absoluta, não consegue este governo manter funções.
Depois de mais de uma dezena de demissões de ministros e secretários de estado, agora é o próprio primeiro ministro que se demite. Também por razões ligadas a processos judiciais.
Neste grupo de governantes os escândalos têm sido uma constante.
Desde Ministros e secretários de estado que se demitiram uns por causa do falta de funcionamento dos hospitais, outros por processos judiciais, outros por divergências de fundo e roturas de relacionamentos, ou pela polémica da TAP, muitas foram as causas para as diversas demissões num governo com maioria.
Encontrar governantes que não tenham problemas com a justiça, telhados de vidro, ou boa gestão da coisa pública, foi difícil neste governo de António Costa.
Um desgoverno e uma descredibilização ao mais alto nível.
Depois destas trapalhadas e atropelos do PS já estamos em campanha eleitoral.
Tanto é que, a própria bancada do PS na Assembleia da República, propôs alterações ao orçamento de estado, nomeadamente a reversão de uma das medidas que estava a causar grande impacto negativo na população – a subida do IUC de veículos antigos.
Até já se ouvem promessas de reposição de tempo de serviço de todos os funcionários públicos. Pois, este mesmo partido que governou durante 8 anos, só agora diz ser possível repor todo o tempo de serviço.
Ao contrário desta promessa, durante o tempo de governação, nem as sucessivas greves e negociações com médicos, enfermeiros e professores, este mesmo partido teimou que não era viável tal reposição – Isto é falta de honestidade.
Tudo se faz para chegar novamente ao poder.
É por causa desta falta de boa gestão que temos os serviços públicos num estado caótico.
Nunca, nem no tempo da troika que tanto os de esquerda acusam de ser o culpado disto tudo, tivemos os hospitais, centros de saúde, educação, justiça e demais serviços públicos a não funcionarem e não exercerem a sua função de prestação de serviço público.
Não há memória de morrer tanta gente por falta de assistência no serviço público, de se esperar tanto tempo por consultas, de haver falta de professores em diversas disciplinas e do ensino estar tão débil, de se ver o atraso na justiça como agora.
Tudo isto é grave, muito grave.
Agora que vamos para novas eleições, deverá o povo refletir sobre o que se pretende para este país.
É necessário exigir à classe política respeito pelas instituições, seriedade na governação e nas contas públicas.
A falta de credibilidade por esta classe política advém da falta de seriedade da mesma. E este governo demonstrou que não é sério.
O respeito pela instituição “Estado” tem de ser urgentemente reposto. E o exemplo tem de começar em quem nos governa.
Temos agora oportunidade para demonstrar que estamos insatisfeitos.
O povo tem de exercer a sua avaliação através do voto. A abstenção não é solução, não demonstra a insatisfação de um país.
Esperemos o juízo final do povo português.
Esperemos que o futuro nos reserve um governo mais idóneo e íntegro.