Turitermas e Festas da Vila e S. Pedro
José João Torrinha, na entrevista do “Conversas”, rubrica do Jornal de Guimarães, tentou explicar o que é “ser vitoriano”. Para o presidente da Assembleia Municipal de Guimarães, a condição do vitoriano é “uma condição de sofredor”, acrescentando que, para quem não o é, é difícil imaginar e difícil de explicar: “É pertencer a um grupo que sofre, que vale mais e merece mais e não vê isso traduzido na realidade e, ainda assim, persistir. Isto explica a postura dos vitorianos”.
Tentar explicar a condição do “taipense” a quem não o é também é difícil. No entanto, a frase de José João Torrinha reflete o que muita gente pensa sobre este território.
Isto a propósito da Turitermas. Quem não é das Taipas terá dificuldades em perceber as críticas à “compra” de parte do património da Turitermas pela Câmara.
Por outro lado, nesta altura, parece que todos são unânimes em afirmar que as obras no parque de lazer deveriam ter sido feitas pela Câmara e não pela Turitermas. A pergunta que se impõe é: porque é que não foi feito? A resposta também é simples. Porque interessava politicamente que fosse a cooperativa a aparecer como líder da renovação. Não podemos esquecer a história. Há dois anos escrevíamos, neste mesmo espaço, o seguinte: “À frente da cooperativa, desde a sua criação, somente estiveram pessoas ligadas ao Partido Socialista. Por isso, para o bem e para o mal, os socialistas são os únicos responsáveis pela gestão da cooperativa”. Como o leitor recorda, a cooperativa, depois de Remísio Castro, deixou de ter na direção o presidente da Junta de Freguesia e passou a ter à frente dos seus desígnios, os candidatos derrotados pelo PSD, com a exceção da atual presidente da direção Sofia Ferreira.
Para o bem das Taipas, vila que “vale mais e merece mais”, a cooperativa terá de ser gerida acima de interesses político-partidários.
De saudar o regresso das Festas da Vila e S. Pedro, com um novo figurino, pela força das circunstâncias, mas que, acreditamos, será para ficar, mais concretamente o aproveitamento da Avenida Rosas Guimarães. Como se viu, as pessoas estavam a precisar de respirar os santos populares.