08 setembro 2024 \ Caldas das Taipas
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Toponímia XI

Carlos Marques
Opinião \ terça-feira, julho 16, 2024
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A sinalética e a falta dela na toponímia. A perda da nossa identidade. As oportunidades perdidas, a falta do estacionamento subterrâneo

Com isto das obras de requalificação do centro da vila de Caldas das Taipas não é caso para eliminarem as placas toponímicas, até mesmo porque todos os sítios continuam de acessos, por isso públicos, impõe-se assim a recolocação das placas identificativas, designadamente do Dr. Alfredo Fernandes, do frei Cristóvão dos Reis e do escritor Ferreira de Castro.

E, já agora a propósito da obra que descaracterizou o centro da vila, que nos retirou identidade que nos ligava aos lindíssimos jardins e belíssimos muros e bancos de pedra com floreiras, que até a própria Junta esteve em desacordo não conseguindo vingar junto da Câmara as alterações que pretendia, como foi bem percebido na mensagem do senhor presidente da mesa da Assembleia de Freguesia de Caldelas junto da senhora vice-presidente municipal na noite da celebração do nosso 84º aniversário de elevação à categoria de vila, no dia 19 do corrente.

Contrariando o discurso do senhor presidente municipal na tarde da inauguração da obra, a 24 de Junho, dia comemorativo de São João Baptista patrono dos cuteleiros desde 1778, quando testemunhou a revolta dos taipenses mostrando-lhe desagravo, referiu que tinha havida unanimidade quando da discussão pública do projecto da obra. Mas não foi verdade, nas duas sessões realizadas no Centro Pastoral das Taipas foram muitas as vozes que se manifestaram contra o projecto, fazendo delas ouvido mercador, e, deixou avançar com o projecto em tudo semelhante ao do Toural-Alameda São Dâmaso, ou seja, tentou e conseguiu descaracterizar-nos.

Por mim, e ele sabe-o, manifesto-me sempre por escrito, com envio de cartas ao Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, foi o que fiz a propósito do projecto para a obra de “Requalificação do Centro Cívico de Caldas das Taipas”, designadamente em 31/01/2017, 02/02/2017, 21/04/2017, 13/11/2018, 17/09/2019 e finalmente já com a obra em curso em 08/07/2022, assim pedi a colocação de:

  1. Parque de Estacionamento Subterrâneo, com explicação muito fundamentada.
  2. Função pública ao Parque Estacionamento subterrâneo dos 71 lugares do Centro Comercial Passerelle.
  3. Capela de Santo António, com elementos da sua arquitectura.
  4. Chafariz de Taça, com explicação e indicação do local onde ele está.
  5. Tanque Termal, em taipa.
  6. Manutenção dos bancos com ombreiras e floreiras em pedra da Av República.
  7. Criação de corredor para o metro de superfície.
  8. Casas de Banho públicas.
  9. Pérgolas no jardim público.
  10. Posto de Turismo.
  11. Tubos de queda, caleira nos edifícios em inox.
  12. Pedras de quartzo com quadros de flores em Basalto.
  13. Estatuária e elementos alusivos aos cuteleiros (apenas este pedido foi em parte satisfeito com colocação no chão de 69 símbolos de fabricantes).
  14. Colocação nas passadeiras de frases icónicas da nossa cultura, como exemplo “Caldas das Taipas a terra onde a lua fala” de Ferreira de Castro, ou “na verdade, aparecera este ano a banhos nas Taipas uma formosa senhora que despertou logo gerais atenções” de Gomes Monteiro, ou “Ah! É o hotel, coisa de respeito, ao que se diz” de Sousa Costa.

29 de Junho, no dia que o Presidente da Câmara me pede auxílio para a colocação do Chafariz no deambular da inauguração do Memorial ao Garfeiro e a abertura da Exposição evocativa dos 50 anos da morte do escritor Ferreira de Castro.