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Simplificando e desmistificando a alimentação no bebé!

Elisabete Alves
Opinião \ sexta-feira, fevereiro 03, 2023
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A alimentação é fulcral no crescimento e desenvolvimento das crianças, com forte impacto na sua saúde futura.

O leite é o alimento preferido e exclusivo nos primeiros meses de vida,  contudo pelos 6 meses de idade as reservas de ferro (essencial no transporte de oxigénio e funcionamento do sistema imune) e aporte de nutrientes  fornecedores de energia não estão leite, devendo por isso introduzir-se outros alimentos, enquanto se reduz gradualmente a quantidade de leite.

A evidência científica mais recente, levou a que as principais sociedades europeias, americanas e a Direção Geral de Saúde atualizassem as suas recomendações.

Na introdução dos alimentos há um conjunto de regras a reter:

- Garantir a segurança física, prevenindo a asfixia

- Introdução gradual e respeitando os 3-4 dias de intervalo

- Simplificar

- Evitar a restrição de nutrientes

- Não desistir dum alimento porque foi recusado nas primeiras tentativas;

- Nunca adicionar sal, mel ou açúcar às refeições

- Manter vitamina D até ao ano de idade; outros suplementos se for dieta vegetariana

- Todos os alimentos podem ser introduzidos a partir dos 6 meses, mas existem idades mais recomendadas para certos alimentos.

 

Glúten entre os 4 e os 7 meses, sendo por isso desnecessário o uso de papas sem glúten, não estando a sua introdução associada a risco aumentado de doença celíaca ou diabetes.

Carne e Peixe a partir dos 6 meses, não sendo obrigatório ser a carne primeiro; só o bacalhau que, se não for fresco, deve ser introduzido por volta dos 12 meses pelo teor de sal e textura fibrosa.

Leguminosas (feijão, grão, fava, lentilhas e ervilhas) a partir dos 8-9 meses.

Frutos gordos (noz, amêndoa, avelã, coco, caju, pinhão e pistacho) e sementes (abóbora, girassol, linhaça e chia) a partir dos 9 meses independentemente do risco de alergia.

Amendoim e outros alimentos potencialmente alergénicos podem ser introduzidos entre os 4 e 11 meses, tendo-se demonstrado que se mais precoce menor risco de alergia alimentar. Reforçar no entanto a supervisão pelo risco de asfixia.

 

Na dieta vegetariana a mãe na gravidez e amamentação deve assegurar suplementação com vitamina B12, B2, A e D; e o latente deve ser acompanhado por especialista e ter aporte adequado das vitaminas D, B12, ferro, zinco, folato e cálcio. Devem ainda ter em consideração...

- Usar fórmulas infantis à base de arroz ou soja

- Em alternativa à carne ou peixe adicionar aos 6 meses na sopa tofu e soja (não texturizada) e aos 12 meses tempeh e seitan

- Introduzir as leguminosas mais cedo pelos 7 meses

- As algas são excelente fonte de proteína, vitaminas e minerais e podem ser introduzidas a partir dos 9 meses na sopa

- Iogurte ou preparado fermentado de soja podem ser introduzidos entre os 8-9 meses em alternativa à papa de cereais do lanche

Os ácidos gordos poli-insaturados, sobretudo os DHA, são fundamentais no desenvolvimento do SN da criança e por isso a ingestão deve ser rica no latente.

Sendo assim, o que importa é garantir o aporte de todos os nutrientes, sem rigidez e adaptado a cada criança, família e contexto sociocultural!