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Resumindo 2024

Pedro Conde
Opinião \ segunda-feira, janeiro 13, 2025
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Cada vez mais a nossa região tem crescido a nível cultural – quer na promoção de eventos, quer no público. Para além dos grandes eventos, temos muitos epicentros de coisas a acontecer semanalmente.

Meus amigos, neste meu último artigo de 2024, e em jeito de retrospetiva para o ano que termina, deixo-vos aqueles que foram, na minha opinião, os destaques de tudo o que se passou na nossa terra a nível de música e espetáculos, com foco especial na nossa Vila, como não poderia deixar de ser.

Em primeiro lugar, os Banhos Velhos. Já falei sobre isto imensas vezes; contudo, esta temporada voltou a ser, efetivamente, fantástica. Recordo o último concerto de Capitão Fausto e, tirando as festas de São Pedro, não me lembro de nenhum evento que tenha trazido tanta gente às Taipas. Ver o parque da feira repleto de carros numa sexta-feira à noite não é comum, mas isso aconteceu. Um Multiusos das Taipas cheio, com milhares de pessoas a assistir ao encerramento da temporada. Milhares de pessoas que, na sua grande maioria, não são de cá, mas que, para quem acompanhou os diversos concertos ao longo do ano, se tornam caras repetentes. Isso prova que as pessoas vêm, gostam e voltam, trazendo novos amigos. Parabéns ao Zé Gomes, ao Luís e ao Vítor Pais por esta fantástica temporada, um novo marco na história destes Banhos Velhos. Parabéns também a quem teve visão e acreditou neste projeto desde o início – num tempo em que os Banhos Velhos eram apenas uma ruína, um pântano entregue às rãs, sem qualquer uso. Mais tarde, foi preciso insistir, criar, saber lutar contra as adversidades e fazer perdurar, forjando as pedras basilares que sustentam o ponto a que chegámos hoje.

Não posso deixar de destacar o meu camarada de armas Paulo Dumas, o Ricardo Costa, o Luís Soares, o Zé Maia, o João Pedro e, por último, a pessoa que é para mim a trave-mestra destes Banhos Velhos, desde o dia zero até hoje: o Sr. Augusto. Parabéns a todos vocês, porque este sucesso também é vosso.

Em segundo lugar, o Rock no Rio Febras. Se, no ano passado (2023), este foi o tema nacional do verão pela polémica, este ano foi a confirmação clara de que o Febras vive de muito mais do que polémica. Finalmente conseguimos ter um festival de rock de grandes dimensões na nossa região. Foram largos milhares de festivaleiros, vindos de todo o país, que quiseram marcar presença. Houve novamente um espírito fantástico de comunidade e solidariedade, um novo recinto criado à medida das necessidades, tudo pensado ao pormenor, e um cartaz de nível internacional. Foi um enorme destaque do nosso ano de 2024 e mais um marco histórico da nossa região – tanto a nível de concertos e espetáculos, como do poder que uma comunidade pode ter quando trabalha em conjunto e com o coração. Parabéns à fantástica equipa da Casa do Povo de Briteiros, que todos os dias tem a capacidade de me surpreender, com o lema #emBriteirostudoépossível!

Por falar no poder do povo, ora bem, não poderia terminar sem mencionar o super movimento na nossa nova praça central – seja no Tangerineiro, seja numa passagem de ano às 18:30. O centro das Taipas encheu-se de pessoas a brindar ao Natal e ao Ano Novo. Claramente, um novo ponto de encontro dos taipenses e não só, que enchem as novas praças com uma energia fantástica. Parabéns ao motor deste movimento, o O’Cunha (Cunha e Sónia), que provam, dia após dia, que o poder não está no tamanho, mas sim na vontade e na dinâmica de fazer acontecer. Agora, pensem: se conseguimos fazer uma passagem de ano nas Taipas às 18:30, imaginem se se planeasse uma para a meia-noite, com os negócios locais todos envolvidos e uma programação. É só fazer as contas! Fica a dica – e é de borla.

Em jeito de conclusão, foi claramente um ano fantástico, e cada vez mais a nossa região tem crescido a nível cultural – quer na promoção de eventos, quer no público. Para além dos grandes eventos, temos muitos epicentros de coisas a acontecer semanalmente (agendas do Bar 21, Alameda, Bar do Parque das Taipas, O’Cunha) e cada vez mais gente que se dirige à nossa região para consumir música e cultura. Claro que nem tudo são rosas, mas, cada vez mais, temos capacidade de fazer as coisas acontecer e um público atento ao que se passa na nossa terra.

A Capital da Cutelaria, pelos vistos, já nos fugiu, mas o sonho da Capital do Rock ainda não. Por isso, mãos à obra – e venha 2025!

(ndr: artigo originalmente publicado na edição de janeiro 2025 do jornal Reflexo)