Parabéns, Banda Musical de Caldas das Taipas!
Outubro é, por tradição, o mês da música. Amanhã, comemoramos o 190º aniversário da Banda Musical de Caldas das Taipas, que muito contribui para o panorama musical desta região. Por estes dois motivos, entendo que devo dedicar o artigo deste mês a esta instituição, refletindo sobre a Banda, do ponto de vista humano, a partir das seguintes premissas: associação taipense com mais anos de história; berço de músicos de todas as gerações; e embaixadora do nome da vila das Taipas.
Associação taipense com mais anos de história. Desde 1834, a história da nossa comunidade confunde-se também com a desta coletividade, no sentido em que tantos deram o seu contributo, de várias formas, para que a história da Banda se escrevesse até aos dias de hoje. Permito-me recordar, com muito respeito, a figura do professor Fernando Matos, a quem tanto devemos, enquanto comunidade, por todo o trabalho que desenvolveu em vida.
Berço de músicos de todas as gerações. Em tempos em que poder estudar em escolas oficiais do ensino da Música era muito difícil, as bandas filarmónicas assumiram esse papel pedagogo de estimular talentos. A Banda nunca fugiu a essa responsabilidade. Foi a “primeira escola” de tantos que hoje são músicos profissionais ou professores nos conservatórios e escolas por todo o país e continua a ser, com a Academia de Música Fernando Matos, escola de muitos jovens que depois optam por continuar os seus estudos musicais. Foi precisamente o que aconteceu comigo: se hoje faço percurso no Ensino Superior de Música, e se estudei no Conservatório de Braga, muito devo à Academia, a minha primeira escola.
Embaixadora do nome da vila das Taipas. Por todo o país e até em território estrangeiro. Onde está a banda, está, com orgulho, o nome da vila das Taipas. O sentimento de pertença e de família gera este orgulho em pertencermos a uma associação que é muito mais do que a soma das suas partes. Por esta responsabilidade, a que a Banda sabe bem responder, a Assembleia de Freguesia, por proposta da Junta de Freguesia, aprovou, por unanimidade, a atribuição da Medalha de Honra da Freguesia, decisão que já saudei nesta coluna de opinião.
Pensar a Banda partindo das três premissas sobre as quais refleti deixa-nos dois desafios. Por um lado, uma maior participação na vida associativa desta coletividade, que é de todos, para garantir que a história possa continuar a ser escrita. Por outro lado, a verdadeira valorização da Banda enquanto instituição com importância no panorama cultural do concelho. Neste ponto, permito-me fazer eco de uma preocupação que há algum tempo tem vindo a ser sinalizada – numa altura em que a Banda cresce em quantidade e qualidade dos seus músicos, torna-se imperativo criar condições para que a Sede da Banda possa ser um local confortável e com recursos para os ensaios da mesma.
Parabéns aos músicos, associados, maestro e a quem tem a responsabilidade de projetar o futuro da Banda. Que a história se continue a escrever por mais uns longos anos.