O estado do folclore
O Reflexo tem vindo, ao longo do último ano, a dar destaque aos vários setores de atividade económica e social mais afetados pela pandemia causada pela Covid 19.
Estamos inseridos numa região onde os grupos folclóricos são associações que identificam as respetivas freguesias e evidenciaram uma certa rivalidade entre elas ao longo dos tempos.
Em Portugal, existem 418 ranchos efetivos na Federação do Folclore Português, a que se juntam mais 156 grupos com o estatuto de aderentes e transitórios. Dos efetivos, 17 estão registados em Guimarães. O outro concelho do distrito de Braga que se aproxima ligeiramente dos valores de Guimarães é o de Famalicão, com 10 grupos, e, em terceiro, o concelho de Barcelos com 4 grupos. Evidentemente, existem outros ranchos que não seguem as normas impostas por esta federação. Estes dados servem para ilustrar a importância deste movimento de cultura popular no nosso concelho.
Falando numa crise no associativo nos tempos atuais, a crise profunda nos grupos folclóricos será um dos elementos mais ilustrativos dos momentos que a sociedade atravessa neste âmbito.
Os ranchos folclóricos já viveram tempos áureos, mas nos últimos anos assistiu-se a uma dificuldade na renovação destes grupos, pois os jovens não veem o folclore como atividade prioritária para os seus tempos livres.
O ponto crítico, para muitos desses grupos, está aí. A pandemia poderá ser decisiva na vida de alguns grupos. Impedidos de ensaiar, impedidos de organizar e participar nos festivais e com dificuldades de cativarem novos dançarinos, podemos viver um tempo em que se assistirá a um ponto final na atividade de alguns desses ranchos.
Algo terá de ser feito ou, nada se fazendo, assistiremos ao fim de muitas danças, cantares e trajes das nossas freguesias.
Sobe
Apesar de ser uma obra inicialmente prevista para 2017, será de salientar o fim e a consequente abertura oficial da intervenção na Alameda Rosas Guimarães.
Qualquer obra pública dificilmente recolhe unanimidade e esta não fugirá à regra. O excesso de alcatrão será um ponto que menos acolherá unanimidade.
A despromoção do uso automóvel e um reforço de espaços para as pessoas, num parque de lazer, terá de ser visto como algo natural e expectável.
Desce
Este será mais um ano para esquecer em termos de festas populares. Caldas das Taipas terá mais um ano para esquecer em termos de afirmação regional. Tendo a segunda festa popular de maior dimensão concelhia a seguir às Gualterianas, naturalmente perde algo que a ajuda a cimentar a sua função aglutinadora.
Escrevendo nas vésperas de S. Pedro, contrariamente aos outros anos, não foi o frenesim de luzes, cor e som, bem como a movimentação das pessoas, que me alertaram para a data, foi simplesmente o fecho da edição do jornal Reflexo.