O essencial e o acessório
Não gosto de populismo nem de demagogia. Não gosto daqueles que deturpam um sentimento tão genuíno como gostar da sua terra para levar a água ao seu moinho. Não gosto de instrumentalização e de virgens ofendidas.
Vivemos num tempo em que a informação chega de enxurrada e em que cada um de nós tem ferramentas para dar eco à sua voz e à sua opinião. Da parte do recetor da informação e da opinião tem que existir uma capacidade de filtro, de perceber o que é essencial e do que é acessório. De distinguir o que realmente é importante daquilo que alguns nos querem fazer crer ser essencial, eventualmente para desviarem as atenções das suas próprias fragilidades…
Sem essa capacidade corremos o risco de ser instrumentalizados. Convictos que estamos a defender a nossa terra mas a lutar contra ela, e nas mãos daqueles que fazem da discórdia e da maledicência o seu modo de operar.
Mas falemos de coisas concretas.
No último mês muito se falou e escreveu acerca do local em que a Câmara Municipal de Guimarães colocou o projeto para a requalificação do centro cívico de Vila para consulta da população.
Emitiram-se comunicados, escreveram-se textos de opinião e fizeram-se intervenções nos palcos democráticos do concelho adjetivando a iniciativa da CMG do mais vil que há.
Sobre a escolha do local todas as palavras, sobre o facto de o projeto ser colocado para consulta pública nenhuma.
Entretanto, a própria CMG veio manifestar a intenção de alargar a discussão a outros locais e instituições da Vila, tendo igualmente colocado o projeto para a requalificação do centro cívico de Vila na Junta de Freguesia.
Mas vamos aqui colocar o filtro, vamos tentar perceber o que é essencial e o que é acessório.
Essencial para os Taipenses é, desde logo, o facto da requalificação do centro cívico de Vila se tornar uma realidade. Essencial para os Taipenses é serem ouvidos acerca do projeto para a requalificação do centro cívico de Vila. Acessório para os Taipenses é a discussão sobre qual o melhor local para colocar o projeto.
E sobre essa discussão acessória e estéril eu não contribuirei. Importa-me como Taipense é que a requalificação do centro cívico se cumpra. Importa-me como Taipense é que todos nós tenhamos, assim queiramos, a oportunidade de nos pronunciar sobre o futuro da nossa Vila.
E tudo o que é essencial a CMG fez!
Escolheu requalificar, porque as Taipas merecem e precisam, o centro cívico da Vila.
Escolheu ouvir e envolver, porque não podia ser de outra maneira, todos os Taipenses.
Tudo resto é fumo e fait divers. Todas as outras discussões resto são politiquices e jogo de convertidos.
Ser Taipense também é isto. É ter a inteligência de ver além do que nos querem impingir. É defender a nossa terra e lutar por ela.
Ser Taipense é lutar pela melhor intervenção possível no centro da Vila e garantir que as Taipas se faz com todos.