Novos ciclos
No último artigo, expus as razões pelas quais, em Caldas das Taipas, o melhor candidato era o Augusto Mendes. No de hoje, aventuro-me numa reflexão que, não me levando a uma conclusão livre de outras diferentes, me dá espaço para tecer algumas considerações sobre o passado 12 de outubro, que ficará marcado como o da abertura de novos ciclos.
Em Caldas das Taipas, abre-se um novo ciclo na liderança. O Partido Socialista (PS) apresentou-se a estas eleições com um candidato preparado, disponível para servir, com empatia, os seus concidadãos. A ele, acresceram a sua equipa e o programa sério e realista que apresentou. Perante isto, e num contexto político local difícil, uma grande parte dos taipenses deu um sinal claro – o de que confiavam no projeto apresentado pelo PS e na mudança iniciada em 2017, o que atribui uma responsabilidade ainda maior aos que têm responsabilidade de liderar os destinos da vila, que terão que saber honrar essa confiança.
Estou certo de que o farão. Saberão honrá-la na resolução dos principais e mais urgentes problemas do dia-a-dia, designadamente, as alterações à obra da centralidade; no foco no aumento da qualidade de vida das pessoas, objetivo que norteou a conceção de grande parte do programa eleitoral; ou na relação de proximidade com as escolas, associações e associações. Saberão também honrá-la na transparência com os cidadãos; na valorização da Assembleia de Freguesia enquanto espaço privilegiado de debate político sobre as opções de governação; mas também na relação institucional de trabalho conjunto com a Câmara Municipal de Guimarães, não cometendo erros do passado.
Em Guimarães, abre-se um novo ciclo na governação. Depois de 36 anos de governação socialista, os vimaranenses encararam um sentimento de “mudança” e deram uma vitória clara à Coligação “Juntos por Guimarães” (PSD-CDS). Muitas razões há para isto ter acontecido, desde o próprio desgaste natural de três décadas até a questões da própria dimensão programática e visão do concelho, mas não me alongarei sobre esse tema neste espaço. Os partidos terão de saber fazer, de forma madura e em sede própria, a devida reflexão.
Importa saber respeitar e interpretar a vontade dos vimaranenses e por isso, aquilo que se espera é que os novos órgãos municipais possam ter condições para o desempenho de um mandato que se foque em resolver os problemas dos cidadãos e, no nosso caso, os da vila de Caldas das Taipas. Ainda assim, pese embora o novo contexto político, o PS deve ter orgulho das conquistas dos últimos 36 anos e do projeto que apresentou a Guimarães. O nosso concelho é uma “história feita de futuro”, muito graças à visão e à liderança de António Magalhães e Domingos Bragança, e nenhuma derrota eleitoral deve fazer-nos esquecer disso.
Podem mudar-se os tempos, mas não as vontades. O cidadão tem de estar no centro das prioridades. Nas Taipas, continuaremos a afirmar o orgulho de ser taipenses e a construir, coletivamente, o futuro da nossa comunidade.
ndr: texto publicado originalmente na edição de novembro do jornal Reflexo