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Editorial #292: O início das obras no centro da vila

Alfredo Oliveira
Opinião \ quarta-feira, setembro 30, 2020
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O projeto de Marta Labastida não sofreu grandes contestações, exceto numa questão: o estacionamento ou a falta dele. Pensamos que será a única situação verdadeiramente problemática do projeto, ou pelo menos é a mais contestada.

Caldas das Taipas teve sempre um centro cívico perfeitamente identificado. Ponto estratégico no cruzamento de duas estradas nacionais, a 101 e a 310, a vila foi-se construindo em torno dessas duas vias e aproveitou a existência das termas e do rio para cimentar a sua posição como um espaço industrial (cada vez menos) e, cada vez mais, como um espaço comercial e prestador de serviços.

Não foi por acaso que Caldas das Taipas se elevou à categoria de vila a 19 de junho de 1940. Não foram questões político-partidárias (como aconteceu com a maioria dos casos das freguesias que passaram a vila em Guimarães) que justificaram esse título, foi mesmo pela sua afirmação económica, turística e social.

No entanto, esse centro poucas alterações sofreu nestes últimos 80 anos. Diríamos, questões de pormenor. O Passerelle, a deslocalização da Shell e algumas más experiências de reabitação de edifícios, são alguns dos poucos exemplos que podemos apontar na zona mais central.

Por isso, a vontade do executivo da Câmara Municipal de Guimarães liderado por Domingos Bragança em avançar para uma profunda intervenção no centro foi saudada por todos os taipenses.

O projeto de Marta Labastida não sofreu grandes contestações, exceto numa questão: o estacionamento ou a falta dele. Pensamos que será a única situação verdadeiramente problemática do projeto, ou pelo menos é a mais contestada.

Compreende-se a angústia dos comerciantes, pois temem pelo futuro ainda mais agravado pela pandemia Covid 19.

Contrariamente à cidade, que mesmo na zona central construiu uma nova zona de aparcamento (o parque de Camões, curiosamente contestado por setores vimaranenses a dizer que não era necessário), na vila não existem espaços para novas zonas de estacionamento (só se fizerem como no parque de Camões).

Não faltam exemplos de espaços que sofreram grande contestação quando foram retirados os automóveis e passaram a locais pedonais. A praça de Santiago, em Guimarães; a rua do Souto, em Braga ou a Ribeira, no Porto, para não elencar mais, servem como exemplos ilustrativos de que já ninguém imagina os carros a voltarem a esses espaços.

Existem aspetos no projeto que nos merecem algumas reservas, o estacionamento é, sem dúvida, a mais preocupante, um outro é o fim da ligação entre a avenida da República e a rua Comandante Carvalho Crato, mas longe de nós colocar em causa a intervenção projetada. Não atingindo os valores da EB 2,3, o novo centro da vila terá repercussões mais profundas no dia a dia desta região e irá exigir de todos uma reaprendizagem do uso do espaço público.

 

SOBE

Uma no cravo...

Já escrevemos diversas vezes que para o bem e para o mal o Partido Socialista é o grande responsável pelo estado do investimento público em Caldas das Taipas.

Vencendo sucessivamente as eleições no concelho, tem gerido o município de acordo com o seu programa eleitoral.

Se recuarmos umas décadas, não há memória de tamanho investimento na vila. Entre a EB 2,3, a avenida do parque, o antigo mercado e o centro da vila, são muitos os milhões que o município liderado por Domingos Bragança tem investido na vila.

 

DESCE

...Outra na ferradura

Como em tudo há sempre um “mas...” nestas histórias.

Todos sabemos que desde a ideia original até à sua implementação o processo é sempre demasiado prolongado.

As “más línguas” costumam dizer que se houvesse eleições todos os anos, as obras seriam concretizadas mais rapidamente.

Naturalmente que, se tivéssemos eleições todos os anos, não haveria a questão do agendamento dessas obras. Como são de quatro em quatro anos, não se consegue fugir à “coincidência” do arranque das obras ou da sua inauguração nos anos eleitorais.