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Editorial #288 Antes de depois de 22 de março

Alfredo Oliveira
Opinião \ quarta-feira, junho 03, 2020
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O povo português gosta de viver sob pressão. Quando ela existe, as respostas aos problemas são tomadas e assumidas mais rapidamente. Numa linguagem popular, somos um povo do “desenrasca”.

A 18 de março foi decretado, pelo Presidente da República, estado de emergência em Portugal, face à situação excecional de saúde pública mundial e à proliferação de casos registados de contágio de COVID-19. No dia seguinte, o Conselho de Ministros aprovou um decreto, a entrar em vigor às 00:00 de dia 22 de março, que nos levou a uma série de medidas de confinamento e isolamento social que teve, naturalmente, consequências económicas e sociais nunca vistas.

Passados 71 dias, o país tenta retomar o que lhe foi tirado por um vírus, de que muito se fala, mas para o qual não há uma solução à vista. O dia 1 de junho marca uma nova viragem na evolução das medidas que o país tem implementado para se ultrapassar a crise da pandemia. Depois do confinamento, o tempo é de recuperar a economia.

O povo português gosta de viver sob pressão. Quando ela existe, as respostas aos problemas são tomadas e assumidas mais rapidamente. Numa linguagem popular, somos um povo do “desenrasca”. No início da pandemia, ninguém estava preparado para tal. O quê? Um vírus na China? Eles que se entendam, nunca chegará a Portugal e ainda podemos ganhar com isso. Depois, foi o custar a reconhecer o que se estava a passar, precisamente porque não estávamos preparados.

A história das máscaras é o mais exemplificativo, “não prestavam” porque não as tínhamos e tivemos de ficar em casa. Agora que as temos, fica-se com a ideia que funcionam como vacina e, como tal, podemos regressar em força à vida normal. Vamos todos para a rua, pois temos de pôr a economia a funcionar o mais rapidamente possível, pois há negócios que não podiam continuar muito mais tempo encerrados.

O que se espera dos governantes, pois são os líderes, é que saibam liderar e que informem as populações, algo que não tem funcionado como deveria ser. O aparecer constantemente não é sinónimo de uma informação credível, ainda por cima, quando em tão pouco tempo, apresenta sinais contraditórios. É nas crises que se conhecem os grandes líderes, esperemos que em Portugal e na União Europeia eles se revelem. É também nas grandes crises que se fazem grandes fortunas. Esperemos que esses líderes também estejam atentos aos oportunismos sem controlo.

Sobe
Centro Cívico e antigo Mercado
Duas obras estruturantes que, sem discutir mérito e função das mesmas, vão, ao que tudo indica, avançar muito em breve.
O Centro Cívico das Taipas vai sofrer uma profunda remodelação. Uma obra de quase 5 milhões de euros, a realizar num prazo de dois anos, a que falta apenas o visto do Tribunal de Contas para avançar. O antigo Mercado, tem intervenção de remodelação anunciada para o corrente mês de junho. Um investimento de 172 mil euros para refrescar e transformar um espaço icónico da vila das Taipas, numa praça de convívio.

Desce
Pensão Vilas
Um silêncio ensurdecedor à volta de um projeto que deu que falar durante uns bons anos e que agora, ninguém parece querer falar do assunto. Depois de inúmeras trocas de argumentos entre os partidos políticos com assento na Assembleia de Freguesia, dos quais à data das discussões mais quentes, ainda fazia parte a CDU (a par de PS e CJpG), os últimos desenvolvimentos “oficiais” remontam a dezembro de 2016 quando a Assembleia de Freguesia de Caldelas não permitiu que a Freguesia vendesse a Pensão Vilas à Associação para o Desenvolvimento Integrado das Taipas (ADIT). O silêncio, por parte da ADIT e da Junta de Freguesia de Caldelas, tem sido a “alma do negócio”.