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Editorial #269: O Mercado e a Praia Seca

Alfredo Oliveira
Opinião \ terça-feira, novembro 06, 2018
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Pelo que se viu nesta sessão de apresentação, qualquer intervenção naquele espaço será sempre polémica e será impossível obter um consenso. Cada pessoa terá a sua ideia. No meu caso, também a tenho.

A 23 de outubro foram apresentados os novos projetos para o antigo mercado e Praia Seca, onde, para além do executivo de Luís Soares, marcou presença o presidente da Câmara.

Confesso que não fiquei entusiasta do que foi proposto. No primeiro caso, o mercado, trata-se de uma proposta ainda pouco consistente e, no segundo, Praia Seca, algo que que ficou a “saber a pouco”.

Para o mercado, a existência de três possíveis bares e uma sala de exposições, sem se saber exatamente o que se pretende com a sua efetiva utilização, deixa tudo muito no campo das ideias ou num ideal de ocupação que terá sérias dificuldades de concretização.

Por outro lado, pouco se falou de uma eventual ligação ao projeto de requalificação do centro da vila que já foi dado a conhecer publicamente. Pelo que se viu nesta sessão de apresentação, qualquer intervenção naquele espaço será sempre polémica e será impossível obter um consenso. Cada pessoa terá a sua ideia. No meu caso, também a tenho. Como já referi em várias conversas sobre o tema, e que assumo publicamente, via mais o espaço como o local para a biblioteca desta região, mais “fechada” nos dias de chuva e com uma ampla esplanada para os dias de sol, que permitiria marcar a diferença em equipamentos do género. E, sim, também com um bar/restaurante de apoio.

Quanto à Praia Seca, pareceu-nos uma intervenção pouco arrojada e com algumas pontas soltas. Continua a não fazer sentido que o parque das Taipas permaneça confinado aos seus limites desde a sua origem. Ainda não se vislumbra a existência de um passeio até ao Açude de Além e, nesta apresentação, afirmou-se que a construção de um passeio a ligar a Praia Seca ao parque das Taipas seria para uma fase posterior. As comparações valem o que valem, mas, em poucos anos, Ponte triplicou ou quadruplicou as zonas verdes ribeirinhas em relação a Caldas das Taipas.

Uma intervenção de fundo para a Praia Seca tem de contemplar, simultaneamente, a ligação ao parque das Taipas. Por último, quando tanto se fala numa capital verde, não se deveria promover o uso de carro para estes espaços. As pessoas sempre foram e deveriam continuar a ir para a Praia Seca a pé ou de bicicleta, nunca de carro. Nesta questão, partilhamos as dúvidas de Domingos Bragança quanto à existência de um parque de estacionamento no local.

SOBE: Mais projetos para as Taipas
Apesar das dúvidas manifestadas no texto ao lado, é de salientar a apresentação dos projetos para o mercado e para a Praia Seca, por parte da Junta de Freguesia e a sua abertura à discussão pública.

São intervenções em dois locais, cada um à sua maneira, que marcaram as Taipas e que devem continuar a ser de boas memórias para as pessoas. Deste modo, abrir a discussão, sem grandes limitações, seria importante, para ninguém ficar de fora.

Por outro lado, a presença do presidente da Câmara é uma garantia acrescida do empenho em se concretizarem estas duas intervenções.

DESCE: Envolvimento taipense no Orçamento Participativo
Os resultados do Orçamento Participativo 2018 já foram dados a conhecer publicamente. Lançado em 2013 em Guimarães, tem levado os cidadãos a pronunciarem-se, tanto em termos de apresentação de propostas, como também em relação à sua votação e aprovação.

Em seis edições, a freguesia de Caldelas viu somente uma proposta a sair vencedora. Este ano, o projeto de “Insonorização do Pavilhão da Escola Básica do Pinheiral Caldas Das Taipas” conseguiu apenas 220 votos, bem longe dos 500 votos, mínimo exigível para ser implementada.

Sinal de que as outras propostas são de qualidade superior ou será um sinal de alheamento dos taipenses?