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Editorial #263: Rali de Portugal e a CVE

Alfredo Oliveira
Opinião \ sexta-feira, maio 04, 2018
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Experiência adquirida é um dos aspetos que a Câmara Municipal de Guimarães retira como aspeto a ter em conta, em termos futuros, da sua primeira tentativa, não concretizada, para ser Capital Verde Europeia.

Para muita gente, de uma determinada geração, o grande período de ouro dos ralis viveu-se entre os finais dos anos 70 e anos 80, período em que o Rali de Portugal era o melhor do mundo e todos os grandes pilotos faziam questão de marcar presença.

Preparar o farnel e seguir a romaria até Fafe marcou muitos jovens nesse período. Passava-se muito tempo à espera para depois vermos em segundos a passagem dos ídolos e discutia-se quem era o melhor piloto e o melhor carro de uma forma bem acalorada.

O Renault 5 Turbo, o Lancia Delta, o Fiat 131 Abarth ou o Audi Quattro, entre outras viaturas, ainda marcam o imaginário de muita gente. De pilotos, o Markku Alen batia a concorrência, alguns leitores já estão a dizer que quem tinha “unhas” era o Ari Vatanen, outros, certamente, o Hannu Mikkola ou o Henri Toivonen, sem esquecer a grande mulher que foi a Michèle Mouton.

Foram estes tempos que vieram à memória durante a entrevista com Manuel Castro, o jovem piloto taipense, que irá participar no Rali de Portugal, entre 17 e 20 de maio.

A participação em 2017 foi inglória para o jovem piloto do Hyundai i20 R5 e as expetativas para 2018 são no sentido de adquirir a experiência necessária para encarar o campeonato de Portugal em 2019, com outra ambição.

Experiência adquirida é um dos aspetos que a Câmara Municipal de Guimarães retira como aspeto a ter em conta, em termos futuros, da sua primeira tentativa, não concretizada, para ser Capital Verde Europeia. Um dos melhores textos de opinião sobre o assunto foi escrito por Sara Martins, nossa cronista, independentemente de se concordar ou não com algum conteúdo desse texto. Alguns não quiseram perceber a mensagem principal, a qual partilho: “É por gostar da minha terra e do rio onde passei muitos verões que não posso defender uma candidatura que se esquece do Ave”.

É a base dessa frase que toda a minha geração revive com nostalgia, pois passamos realmente muitos verões no rio Ave. Para as gerações mais novas, que nasceram e cresceram a ver o rio como algo que não se pode usar devido à poluição, deixa a geração mais velha, de certa forma, indignada. Somos claramente a favor da candidatura a Capital Verde Europeia, pois essa atribuição só será possível se tivermos o rio Ave a ser usufruído na sua plenitude e termos a juventude de hoje a poder viver o que viveram os seus pais.