É a hora!
“O espelho de uma população, de uma Terra, de Tradições, de Memórias perdidas ou esquecidas, de um quotidiano que necessita ser reflectido, de um Futuro que obriga a uma Reflexão.
Enfim, o Reflexo pretende ser tudo isto... e muito mais.”
Foi desta forma que foi apresentado este jornal na sua primeira edição de novembro/dezembro de 1993.
Manuel António Silva, Pedro Vilas Cunha, Miguel Oliveira, Paulo Sousa e Jorge Marques foram os seus coordenadores e fundadores. Com o tempo, Jorge Marques e Miguel Oliveira deixaram este projeto. Outros entraram, caso de José Henrique Cunha e eu próprio, que fomos permanecendo ao longo destas três últimas décadas.
A partir do número 6 (novembro/dezembro de 1994), deixei de ser colaborador para passar a desempenhar o cargo de diretor desta publicação.
Foram trinta anos de dedicação a uma causa, do que costumo caracterizar como “um serviço à comunidade”. Ao longo deste tempo, procurou-se levar o Reflexo por um caminho de seriedade e de qualidade. Nunca resvalou para o efémero, privilegiou-se o reconhecimento do que tem de melhor este território. Tentou-se potenciar a qualidade das pessoas e o seu contributo para o desenvolvimento da “terra onde a Lua fala”.
Mesmo com as tentações, destes últimos anos, de domínio das redes sociais, nunca cedemos aos “cliques” nem às notícias que se tornam “virais”, mas que duram o tempo da queima de um fósforo.
Passados trinta anos, chegou o momento de parar com este meu contributo no mundo do jornalismo.
Saio com uma satisfação enorme por ter estado neste projeto. Agradeço aos seus fundadores por me terem convidado para coordenar o Reflexo. Foram anos, marcados por momentos inesquecíveis, passados com o Nené, o Henrique, o Pedro Vieira e o Paulo Dumas.
Agradeço às empresas e instituições que, com o seu apoio, permitiram e permitem a existência do jornal. Um agradecimento especial a todos os cronistas que por estas páginas passaram e deixaram as suas reflexões que perduram no tempo e tornaram este jornal mais plural, bem como os jornalistas que marcaram e deram identidade ao jornal. Não posso esquecer os assinantes e leitores do nosso jornal, pois são eles a base da existência do Reflexo.
Ainda existem outros agradecimentos a fazer pelo suporte destes trinta anos, mas não será este o local ideal para o concretizar.
O Reflexo é um jornal que esta comunidade deve continuar a apoiar. Não existe outro jornal no concelho com estas características.
Neste tempo de crise no jornalismo, por falta de apoios e de leitores, seria bom que as empresas e instituições públicas não esquecessem que sem uma imprensa livre a sociedade é que perde, todos perdemos.
Obrigado por estes trinta anos.