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Dimensão de Caldas das Taipas XVI: O nosso "Mercado" II

Carlos Marques
Opinião \ sábado, dezembro 15, 2018
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Já referimos o que se passou no período de 1875 até 1912, ano da conclusão da Praça do Mercado das Taipas. Passamos agora à sua instalação e às obras que mais tarde se fizeram para a venda de carnes.

Na informação do mês passado, referimos o que em termos de Mercado se passou no período de 1875 até 1912, ano da conclusão da Praça do Mercado das Taipas, vamos agora enumerar alguns factos inerentes à sua instalação e às obras que mais tarde se fizeram para a venda de carnes.

Algumas instalações, cedidas pelo Vereador do Pelouro de Caldas das Taipas e mais tarde pelo pelouro de Mercados, que obrigam sempre ao cumprimento do Código da Postura criada em Abril de 1913, sendo as respectivas taxas cobradas pelo bilheteiro:

13-10-1916 Domingos de Castro, da freguesia de Fermentões, ocupa permanentemente, 1 m² de terreno para nele vender hortaliças, pelo tempo de 5 meses, de Outubro a Fevereiro.

07-09-1917 António da Silva, casado, lavrador, da freguesia de Fermentões, pelo tempo de 5 meses, de 1 m² de terreno, afim de no mesmo vender hortaliças.

12-10-1917 Domingos de Castro, casado, lavrador, morador no lugar de São Gens, freguesia de Fermentões, ocupa permanentemente, 1 m² de terreno à esquina da estrada do portão, lado direito, da Praça para no mesmo vender hortaliça.

15-01-1919 Clementina Rosa da Silva, solteira, maior, moradora no lugar de Tarrio, da freguesia de São Martinho de Sande, obtém licença para vender carne de gado suíno na Praça, ou fora desta nos dias de feira semanal.

09-12-1919 Tomaz da Silva, casado, lavrador, morador no lugar do Paço, da freguesia de São João de Ponte, ocupa permanentemente, 1 m² de terreno, para a venda de hortaliça.

09-02-1920 Em virtude do arbítrio com que os comerciantes beneficiavam, o Município cria uma tabela de Taxas consoante os artigos. Assim ficam estabelecidas as seguintes taxas, para os Mercados de Vizela e das Taipas: Por cada bilha de leite, vulgar, 1 centavo; Géneros e artigos para exportação. Vinhos pipa de 500/11 litros, ou fracção, 1$50; Hortaliças, madeiras, em bruto ou preparadas, louças, legumes e cereais, cada carro, 20 centavos; Hortaliças, madeiras, em bruto ou preparadas, louças, legumes e cereais, em pequenos volumes, isolados, 1 centavo; Ovos, caixas de 1000 ou fracção, 2$00; Aves, coelhos, cada um, 2 centavos; Boi ou vaca, por cabeça, 50 centavos; Vitelas, por cabeça, 25 centavos; Porcos gordos, por cabeça, 40 centavos; Porcos (mais crias), por cabeça, 25 centavos; Gado, caprino e leitões, por cabeça, 5 centavos; Carne salgada, cada quilo, 2 centavos;

Pipas novas, cada uma, 25 centavos; Meias pipas novas, cada uma, 15 centavos; Barris novos, cada um, 10 centavos; Barris ou qualquer vasilhame, usado, 5 centavos cada;

Por cada garrafão de água não inferior a 5 litros, 2 centavos; Mobiliário antigo (obra de arte) restaurado, cada peça, 1$50; Mobiliário antigo (obra de arte), por restaurar, cada peça, 1$00; Raspa de couro para adubos, cada quilo, 2 centavos; Raspa de chifre para adubos, cada quilo, 1 décimo de centavo.

28-03-1924 Na povoação das Caldas das Taipas há 3 talhos de carne verdes em 3 lojas comerciais fora do mercado. Ora havendo espaço na Praça, o município decide lá construir 4 estabelecimentos para outros tantos talhos.

Pela mão do vereador Abílio Silva Oliveira (taipense que fora 1.º secretário da 1.ª direcção do C. C. Taipas e director do Jornal das Taipas) sabendo que a Praça tem lá um extenso e amplo coberto, que apenas tem servido para a venda de artigos que podem bem ter outro lugar na dita Praça; acrescenta que não se realizando diariamente a venda de carnes na referida Praça, que tem como é sabido um empregado permanente, não é fácil forçar ali a venda diária de outros artigos, como hortaliças e frutas, os quais uma vez montados, os talhos na Praça do Mercado são naturalmente obrigados, como é obvio a serem vendidos lá. Assim propôs que a Câmara mande apropriar uma parte de aquele coberto para a montagem obrigatória dos ditos talhos, conforme o projecto a elaborar, cujo dispêndio será diminuto para uma obra de tantas vantagens, o qual dentro em pouco será amortizado com o produto das respectivas vendas.

01-04-1924 A Câmara aprova o projecto e orçamento para a adaptação de 4 barracas para venda de carnes na Praça, orçadas na quantia de 4.010$00, tendo sido adjudicada a obra em 2 de Maio a José Custódio de Freitas Júnior, pela quantia de 4.009$50.

15-08-1924 Concluída a obra, as barracas (lojas comerciais) da Praça do Mercado, especialmente destinadas à vendagem de carnes verdes para o consumo público, passam a ser ocupadas, pelo tempo de 2 anos, por:  Barraca n.º 1, base de licitação anual 300$00 - adjudicada a António Joaquim de Sousa, pela quantia de 305$00 anualmente, ou seja, 610$00 pelos 2 anos; Barraca n.º 2, base de licitação 100$00 - adjudicada a Artur José de Castro pela quantia de 105$00 anualmente, ou seja, 210$00 pelos 2 anos; Barraca n.º 3, base de licitação anual 100$00 - adjudicada a José Vitorino de Sousa pela quantia de 105$00 anualmente, ou seja, 210$00 por 2 anos; Barraca n.º 4, base de licitação 300$00 anualmente - adjudicada a Francisco de Carvalho, pela quantia de 305$00 anuais, ou seja, 610$00 por 2 anos.

24-10-1924 É adjudicada a obra de colocação de azulejos nas barracas (lojas comerciais) dos 4 talhos pela importância de 1.800$00.

29-06-1928 O Zelador Municipal com residência na povoação de Caldas das Taipas, participa que na noite de 28 para 29 deste mês, incendiaram a barraca ou bilheteira da Praça do Mercado das Taipas, e que idêntica participação fez ao Senhor Administrador do Concelho.

06-10-1928 No Mercado os géneros são vendidos aos seguintes preços: Milho 1.ª (20 litros) “17$00; Milho 2.ª “16$00; Centeio “15$00;  Feijão branco “30$00; Feijão moleiro “20$00; Feijão-frade “18$00; Manteigueiro “40$00;

Batatas (Alqueire) “600; Ovos (dúzia) “5$00.

11-03-1931 José Victorino de Sousa, casado, do lugar do Barco, da freguesia de Caldelas, passa a ocupar um dos estabelecimentos de venda de carnes verdes, na Praça do Mercado.

18-03-1931 António Joaquim de Sousa e Rosa Correia da Costa, viúva, ambos moradores na Avenida da República, freguesia de Caldelas, passam a ocupar estabelecimento de carnes verdes, na Praça do Mercado.