Dimensão de Caldas das Taipas: A romanização da nossa terra
Hoje, no dia da Arqueologia e do alto do Monte de São Romão em Briteiros, com a equipa de arqueólogos da Universidade do Minho supervisionada pelo Gonçalo Cruz da Sociedade Martins Sarmento a tomar nota dos trabalhos que estão a realizar na principal citânia do Noroeste Peninsular, a pensar no que pode e deve ser feito no centro da vila de Caldas das Taipas.
Para gáudio dos presentes e até dos vindouros, mostro aqui em primeira mão, uma planta preciosíssima do Pereira Caldas do ano de 1844, apenas 30 anos após a Câmara de Guimarães ter expropriado para si as nascentes minerais e ali ter instalado as piscinas para tratamento das moléstias do povo, no campo agora chamado de Banhos Velhos, como é prova as inscrições do Penedo da Moura e da lápide de Dom João Sexto.
Nele existem ainda, conforme a planta demonstra, os edifícios termais romanos, com mais de 20 séculos.
Impõe-se agora procedermos às escavações, realizarmos um profundo estudo de investigação arqueológica para divulgação das origens romanas da vila de Caldas das Taipas, sabendo-se que os romanos edificavam os seus serviços dentro das urbes, para mostrarmos a civilização do nosso povo que é muito anterior ao do período medieval que a cidade de Guimarães muito se orgulha.
Por mim tenho feito o que é possível e continuo a pedir a realização desses estudos de investigação e escavações arqueológicas, como o fiz, designadamente:
1.Em sede de reuniões de A OFICINA, cooperativa e cariz cultural da CMG, em sessões de assembleias da TAIPAS TURITERMAS, cooperativa de cariz termal e turística da CMG, onde em ambas gozo o estatuto de cooperador fundador, desde 1986.
2.Em sede do IPPA Instituto Português do Património e Arquitectura, com requerimentos enviados a 30/09/2002 e em 12/04/2004 pedindo a classificação do sítio, a quem enviei:
a) Cópia das páginas alusivas a Caldas das Taipas do livro de Frei Christóvão dos Reis “Reflexões Experimentaes Methódico-Botânicas” publicado em 1779;
b) Notícia de Frei António da Falperra de 1836;
c) Notícia topográfica de José Joaquim Pereira Caldas (o autor da planta) de 1854;.
d) Regulamento dos banhos de 1869;
e) Notícia da Exposição Industrial do Porto de 1887;
f) Planta, Projecto e Caderno de Encargos do Estabelecimento Termal de 1870.
3. No texto que escrevi no livro de honra, quando da inauguração da obra de reabilitação do edifício, onde agora se realizam actividades de índole cultural, tendo referido para bem da civilização e da nossa identidade que se deve à romanização, apelando à continuidade dos trabalhos na vertente do levantamento dos vestígios arqueológicos do campo no local, o que teima em acontecer, isto a 24/10/2010.
4. Mais recentemente em ofício ao Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, no âmbito do projecto base da Requalificação do Centro Cívico de Caldas das Taipas, solicitando que mande fazer um estudo geológico ao subsolo do terreno a intervencionar, conquanto se crê que debaixo dele, existam ruínas romanas, que, a acontecer devam ser protegidas e preservadas, isto em 02/02/2017.
Para que não haja dúvidas e se saiba, veja-se, pormenorizados os Banhos Romanos, a sua dimensão, a delimitação, os arruamentos, a arquitectura e a função de cada compartimento, que são duma tal beleza e importância, que a ser descoberta voltará a pôr Caldas das Taipas no mapa.
Caldas das Taipas, no dia da arqueologia a 24 de Julho de 2018.