Dave Grohl, líder dos Foo Fighters
Pois é meus amigos na edição deste mês venho falar-vos de mais um dos meus super-heróis musicais, que cada dia que passa se torna mais num super-herói na vida real, nada mais nada menos do que Dave Grohl, líder dos Foo Fighters.
Dave começou a sua carreira na adolescência, como baterista de algumas bandas de punk rock, mas o seu primeiro projeto sério foram os Scream, em 1986, quando tinha 17 anos. A banda acabaria por terminar em 1990, ano em que este senhor se junta aos Nirvana (não sei se conhecem), e o Nevermind é o disco que o projeta para o estrelato e para as primeiras tours mundiais. Em 1994, os Nirvana terminam com a morte trágica de Kurt Cobain.
É nesta fase que Dave, ainda de luto pelo desaparecimento do seu grande amigo Kurt, entra em estúdio sozinho e começa a gravar as maquetes do que mais tarde seriam os primeiros temas da sua nova banda, os Foo Figthers. O primeiro disco sai no ano seguinte com o nome Foo Fighters e foi gravado todo por si. Ao vivo, Dave deixa a bateria e passa para a voz e guitarra. Em 1997, sai o seu segundo disco, The Colour and the Shape que catapulta a banda para dimensão planetária com sucessos com “Everlong” ou “My Hero”. A partir daí foram discos atrás de discos, sempre com sucesso a nível mundial, com milhares de concertos em todo o mundo, e milhões de albúns vendidos.
Para além dos Foo Fighters, Dave conta com inúmeras participações em discos e concertos ao vivo, lembro-me de o ver acompanhar ao vivo bandas como os Queens of the Stone Age, os Pearl Jam, os Queen na sua reunião mítica no início da década de 2000, os Led Zeppelin, ou até o mais famoso dos Beatles, o Sir Paul McCartney. Uma carreira musical galáctica sem paralelo no género, e que continua bem viva, apesar do rude golpe em 2022 com a morte também trágica e súbita de Taylor Hawkins, seu grande amigo e baterista dos Foo Fighters desde 1997. Aqui temeu-se o pior, e que Dave fosse abandonar a música, e que seria o fim da banda, que cancelou todos os restantes concertos da sua tour. Mas não, passados alguns meses de luto Dave regressa com um fantástico concerto de Tributo ao seu grande amigo Taylor, e confirma o regresso dos Foo Fighters.
Mas Dave Grohl é muito mais que isto, e é disso que eu vos venho falar. Para além do seu fantástico percurso a nível musical ele tem provado ser um ser humano ímpar, e é conhecido pela sua filantropia e pela sua disposição em ajudar o próximo. Podia falar-vos de vários episódios, mas este mais recente representa o ser humano superior que ele é. Aconteceu no Super Bowl deste ano, que é basicamente a final anual do campeonato de futebol americano, evento conhecido por ser o momento mais caro de publicidade do mundo, no seu intervalo, onde segundos custam milhões e milhões de dolars, e que conta sempre com atuações épicas de 2 ou mais artistas. Um momento onde se junta o Crème de la crème de todos os artistas e elite social americana e mundial, para celebrar de uma forma apoteótica a sociedade capitalista ocidental. Um verdadeiro circo romano moderno. Ora bem, mas e o que é que o Sr. Dave resolveu fazer nesse dia? Ao invés de reclamar o seu lugar super vip de super rockstar na Super Bowl, preferiu gastar o seu tempo a cozinhar para os sem abrigo numa associação em Los Angeles. Mais, isto apenas se tornou conhecido devido a um a agradecimento público que a Woodlans Family Shelter fez ao músico. Bem, mais uma vez este senhor provou ser de uma categoria galática.
E é assim meus amigos, são estas pequenas ações que acredito que ainda podem mudar o mundo. São estes exemplos, cada vez mais escaços, mas cada vez mais necessários nesta sociedade sem valores e à deriva, que nos devem inspirar a sermos pessoas melhores. E já que não conseguimos mudar o mundo, que sirva para pelo menos para nos inspirar a mudar as nossas ações, e assim pelo menos a tentar mudar o mundo que nos rodeia, a nossa comunidade, e isso ainda está nas nossas mãos. Fica a dica, não minha, mas do Dave Grohl.
Theo apresenta “Sombra”
Relativamente a novidades, deixo o novo disco de Theo, heterónimo de João Gonçalves, meu irmão e companheiro de armas de várias décadas, de vários projetos e de muitos palcos. Este novo álbum, “Sombra”, é um trabalho carregado de temas pesados que falam de dor, angústia e perda. O primeiro single chama-se “Melodrama” (que tem videoclip que devem ir espreitar), e saiu no passado dia 19 de Abril. As letras em português mantêm-se assim como a sonoridade marcadamente rock, com algumas novas abordagens a este género. A apresentação oficial de “Sombra” está agendada para próximo dia 07 de junho no CAAA em Guimarães, por isso marquem na vossa agenda!
