Caldas das Taipas vila, porque não cidade?
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Quando Veiga Simão, Ministro da Educação Nacional ainda no Estado Novo, consegue convencer o Presidente do Conselho Marcelo Caetano na criação duma nova universidade a norte da do Porto, por Despacho governamental º 497/73 de 11 de Agosto, logo manda os serviços do ministério tratarem do estudo da melhor localização para o efeito. na vasta região do Alto e Baixo Minho.
Os trabalhos são confiados à empresa privada Profabril, S.A.R.L., e, esta depois do profundo estudo selecciona 24 sítios, dos quais apresentam 8 com os elhores indicador.
Depois de analisados os 2 primeiros pareceres já somente com estes 8 desses locais, 2 dos quais nas Taipas, a Comissão Instaladora da Universidade do Minho que tinha sido instalada em 14/02/1974 avança para o estudo do seu 3º Parecer, com base no relatório da Profabril agora apenas com duas das escolhas, as finalistas A-Taipas e a B-Quartel/Braga.
Depois de diversas análises prévias aprofundadas, requerido novos estudos, de visitas aos locais. A proposta A-Taipas é um terreno de 60 hectares; a 110-130 m de altitude; declive de apenas 3 a 6%; Terreno Circular com um raio de 500 m; Limitada pela Estrada Nacional 101 e pelo Rio que lhe confere um enquadramento paisagístico de grande interesse para o fim em vista, e, o protege daquele lado de insalubridades; Fica a 6 Km e Guimarães e a 14 de Braga; Dos 60 hectares apenas 0,33 h. têm ocupação urbana 1 aviário e 4 habitações; Facilidade no abastecimento de água 2 Km a montante em Santa Eufémia de Prazins.
Pela avaliação técnica da Profabril mensurada até ao máximo de 36 pontos pelos diversos factores a localização QUARTEL-BRAGA recebeu 25,5 pontos, e TAIPAS 34 pontos.
A Comissão Instaladora debruçando-se sobre os Dados e Pareceres Técnicos e as correspondentes Soluções que o Estudo fornecia, como manifestações públicas que recebiam a defender a concentrada solução unipolar como condição primária à sua indispensável eficiência, decidiu por unanimidade pela opção TAIPAS.
E, enviou a decisão ao Governo, a quem o avisa que lhe cabe em última instância como órgão executivo, analisados os estudos técnicos que concluíra pela opção TAIPAS, ponderar as condicionantes políticas e assumir a responsabilidade pela decisão a que não pode furtar-se. Ou em alternativa não governa.
Na tradição europeia, as universidades tomam o nome das cidades que a localizam, mas, perante as adversidades entre a de Guimarães e Braga, acabaram por vir a conferir o nome da região, de Universidade do Minho, ao invés dum campus único, a Universidade das TAIPAS, solução Unipolar, teria resolvido o problema da Bipolarização que acabou por ter a universidade nas duas cidades, por isso com dois custos permanentes, onerando gravemente o orçamento do Estado implicando a fixação de maiores impostos a todos os cidadãos. Imperou sem qualquer base técnica as cegas forças bairristas a concordar entusiasticamente com a partilha entre Braga e Guimarães.
Em 24/04/1997 o último Presidente da Câmara Municipal de Guimarães do Estado Novo, Bernardino Abreu disse a um jornal: “se não fosse o 25 de Abril, a Universidade não seria nem em Braga nem em Guimarães, mas sim nas TAIPAS, por determinação do governo de então, o de Marcelo Caetano e Veiga Simão.”
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Da mesma forma:Um dos 8 sítios finalistas do estudo da Profabril do ano de 1974 para a instalação da universidade, que podia ter levado o nome de Universidade das Taipas, recaia numa área também aqui da vila, na zona da Gandra.
Desde logo este terreno esperava pelo seu desígnio, e numa Resolução do Conselho de Ministros de 12/07/1991, criando a Associação para os Parques da Ciência e Tecnologia do Porto, acabando por contempla-lo para Parque da Ciência e Tecnologia das Taipas.
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Em 27/04/1994 a Associação Industrial do Minho pretendendo construir o Parque de Exposições do Ave em Caldas das Taipas, de modo a ficar equidistante entre Guimarães e Braga, pede à municipalidade de Guimaraes que lhe acautele aqui um terreno lembrando até que Braga já estaria na posse dum local onde tal caberia. Foi o que veio a acontecer, mais uma vez Braga levou a melhor.
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Alicerçando esta localização criara-se a auto-estrada A11/IP9 Braga-Guimaraes que contemplava a colocação do Nó das Taipas, defendido no Salão Paroquial de Brito no dia 16/11/1999 e em carta que enviara ao Governo em 07/01/2000, de quem recebera resposta positiva, como o fizeram alguns políticos nacionais, mas que não viera a construir-se, pelos motivos que já demonstrados neste jornal.
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No Parque da Ciência e Tecnologia das Taipas acaba de ser concluída a construção pela Universidade do Minho do edifício “TERM RES-Hub-Infraestrutura em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, para Reforçar a Investigação, o Desenvolvimento Tecnológico e a Inovação, num investimento total de 10,8 milhões de Euros, apoiado financeiramente pela União Europeia através do Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional com 9,2 milhões de Euros e pelo Apoio Financeiro Público Nacional com 1,6 milhões de Euros, sob a alçada de Rui Reis, cientista e presidente da Sociedade Internacional de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa.
O Grupo 3B’s, Biomateriais, Biomiméticos e Biodegradáveis foi fundado, em 1999, no edifício onde desenvolve a sua actividade no Parque da Ciência e Tecnologia das Taipas por Rui Reis.
É uma subunidade orgânica do I3Bs - Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos criado pela Universidade do Minho no ano de 2018, sendo este Instituto a primeira unidade orgânica de investigação numa instituição de ensino superior em Portugal.
Este Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, criado há 3 anos, com características únicas na Europa que permitirá ao Grupo 3B’s manter a liderança europeia e uma das posições mais fortes a nível mundial nesta área fortemente competitiva e de grande relevância para o futuro da medicina. Este edifício será a sede do The Discoveries - Centre for Regenerative and Precision Medicine. O The Discoveries Centre é um novo centro de excelência europeu com coordenação portuguesa, sendo liderado pelo Grupo 3B’s, através do seu director Rui L. Reis, numa parceria com o University College London e as universidades do Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa, prevendo-se que venha a ser uma flagship internacional da investigação científica portuguesa permitirá ao Grupo 3B’s manter a liderança europeia e uma das posições mais fortes a nível mundial nesta área fortemente competitiva e de grande relevância para o futuro da medicina.
Se o 1º edifício, há mais de 20 anos se chama, e ainda hoje se designa de de 3B´s, porque não há-se chamar-se, como se designa este de “I3B´s” Ou, querendo dar-lhe outro nome, porque não o “Instituto 3B´s”,“Discoveries”, ou “Instituto Veiga Simão”
Porque se há-de designar de Instituto Cidade de Guimarães, como o querem apelidar, se nem na cidade se situa? Se é tradição universitária apelidar os edifícios pelo nome da localidade onde se encontram, porque não baptiza-lo de “Instituto das Taipas”, integrado no polo que foi criado como Parque da Ciência e Tecnologia das Taipas? Sempre será melhor localizável e não deixará os visitantes à nora, outrossim trazendo-os à mãe. Da maneira que o próprio Rui Reis publicamente o faz sempre, como ainda este mês num grande documentário que passou no Jornal da Noite da RTP 1, dizendo que criou o 3B´s nas Caldas das s Taipas, sabendo que estava a falar para o mundo inteiro, acrescentou-lhe, perto de Guimarães. Quando por aqui anda, é vê-lo a comer no Restaurante Monte Rei cá da vila.
No final duma reunião do Conselho Consultivo para a Economia da CMG em que participei como convidado, dizia-me de modo privado Rui Reis, que, neste pormenor a Câmara Municipal de Guimarães é apenas madrinha, haveria que a influenciar para a escolha doutro nome ao afilhado, foi o que fiz directamente à CMG e numa reunião pública à Junta de Freguesia de Caldas das Taipas, ao que parece sem sucesso.
Conclusão: Quando do processo que liderei, o da criação do Brasão das Taipas em sede de Comissão da Toponímia e Heráldica, e depois em sessão de Assembleia de Freguesia no ano de 1993, questionavam os seus membros, dever-se requerer à Assembleia da República a nossa ascensão a cidade, motivo pelo qual o nosso listel não figurar “Vila das Taipas” como alguns pediam, mas somente “CALDAS DAS TAIPAS”, permitindo assim a manutenção futura do nome, alterando-se apenas de 4 para 5 torres, símbolo de cidade.
Estávamos em fim de mandato autárquico, e, decidiu-se que este assunto devesse merecer profunda reflexão por toda a comunidade taipense que não somente a classe politica. Nunca mais concorri a qualquer cargo autárquico, mas, ontem como hoje estou disposto a colaborar para a melhor solução.
Ninguém tem dúvidas que estão reunidas, de há muitos anos, todas as condições para termos tal título, que nos teria permitido ostentações perdidas, consentindo a futuras admissões.
Caldas das Taipas, que é capital nacional da cutelaria, 31 de Outubro de 2021.