A (des)propósito XXX - IIIº Encontro Mundial das Capitais da Cutelaria
Nos dias 11, 12 e 13 de Junho do ano em curso de 2020 vão-se encontrar em Albacete, todas as Capitais da Cutelaria de cada país, no seu IIIº Encontro Mundial.
A finalidade da celebração bianual do Encontro Mundial das Capitais da Cutelaria, é reunir as localidades, que estão ao longo da história vinculadas à actividade cutileira. Com reuniões, conferências, debates, feira, entrevistas, visitas turísticas e diferentes actividades culturais organizadas em torno do evento de carácter internacional com o objectivo de estreitar laços entre as localidades cuja tradição, história e indústria estão ligados à produção da cutelaria industrial e artesanal. Em paralelo Albacete acolhe a Convenção para criar oportunidades comerciais de negócios entre empresas, fornecedores e clientes do mundo inteiro.
O Presidente da Câmara de Albacete, da vizinha Espanha está a convidar os responsáveis autárquicos, Presidente da Junta de Freguesia de Caldas das Taipas e o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães para que se façam representar naquele Encontro Mundial, onde também se realizará a primeira reunião de trabalho dos Museus de Cutelaria mundiais, com vista à elaboração de futuros projectos em prole da difusão e conservação do património cutileiro.
Ora em Portugal quem ostenta esse título é Caldas das Taipas, onde estão sedeadas e instaladas as fábricas de cutelaria, e, em bom tempo, comandados pelo ex-presidente da Junta de Freguesia de Caldelas, Constantino Veiga, a freguesia de Caldelas tratou do registo da sua localidade no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, por isso, passou além de capital da cutelaria de facto a sê-lo também por direito administrativo.
Para demonstração de que somos a Capital da Cutelaria, deixo aqui alguns dados de referência, que conto ultimar no próximo mês, assim:
Foi nas Caldas das Taipas que se constituiu no ano de 1936 o Sindicato Nacional dos Garfeiros, na freguesia de São Martinho de Sande.
O Grémio Nacional dos Industriais de Cutelarias, depois Associação Nacional dos Industriais de Cutelarias, sempre esteve sedeado em Guimarães, com a maioria dos seus associados, as empresas serem de Caldas das Taipas.
A título de exemplo, e, dum estudo mandado elaborar por Despacho de 8 de Novembro de 1960,do então Ministro da Economia José do Nascimento Ferreira Dias Júnior, deu lugar a um Plano conducente à Reorganização da Indústria de Cutelaria, já neste trabalho esteve contemplada além das cutelarias de mesa e de cozinha, também o fabrico de tesouras, canivetes e navalhas, bem como e ainda a cutelaria agrícola e cirúrgica.
Assim neste Plano, publicada no Boletim da Direcção Geral dos Serviços Industriais Volume 13, Suplemento nº 627 em 4 de Janeiro de 1961, constata-se a existência de 77 empresas do concelho de Guimarães essencialmente nas freguesias de Caldas das Taipas com o Rendimento de 2.207.783$00; 1 em Fafe com o Rendimento de 4.016$00; 1 no Porto com o Rendimento de 361.236$00; 1 em Coimbra com o Rendimento de 4.702$00; 1 em Mangualde com o Rendimento de 41.517$00; 4 em Alcobaça com o Rendimento de 101.078$00; 5 em Caldas da Rainha com o Rendimento de 60.578$00; 2 no Cadaval com o Rendimento de 5.323$00; e 2 no Sobral do Monte Agraço com o Rendimento de 13.765$00.
Caldas das Taipas, no dia bissexto do ano de 2020