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Bravura dos portugueses

Lionel Ferreira
Opinião \ segunda-feira, março 03, 2025
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Portugal ergueu-se com bravura e inscreveu o seu nome nas páginas douradas do andebol mundial. No Mundial de 2025, caminhou firme e destemido, elevando-se ao seu melhor desempenho de sempre.

Portugal ergueu-se com bravura e inscreveu o seu nome nas páginas douradas do andebol mundial. No Mundial de 2025, caminhou com passos firmes e destemidos, elevando-se ao seu melhor desempenho de sempre: um glorioso 4º lugar entre 32 nações. Como um rio que atravessa vales e montanhas, a seleção fluiu com mestria pela fase preliminar e pela Ronda Principal, conquistando cinco vitórias e um empate memorável. Nos quartos de final, derrubou a vice-campeã Alemanha com a força de quem sonha alto. Na semifinal, mediu forças com a imponente Dinamarca e, no duelo pelo bronze, caiu por um só golo ante a poderosa França (35-34), deixando um rasto de emoção e orgulho em cada coração lusitano.

As estrelas brilharam mais intensamente neste torneio. Victor Iturriza e Martim Costa foram esculpidos no "Sete Ideal", enquanto Francisco Costa estrelou como o melhor jogador sub-20. O andebol, tantas vezes sussurrado, tornou-se grito de euforia em terras portuguesas, conquistando recordes de audiência e inflamando paixões.

Cada jogo tornou-se um capítulo de glória e suor. Na fase de grupos, Portugal dançou sobre os Estados Unidos (30-21), superou o Brasil (30-26), derrotou a Noruega (31-28) e travou um duelo eletrizante com a Suécia (37-37). Na Ronda Principal, um feito histórico contra a Espanha (35-29) abriu caminho, seguido de uma exibição imperial frente ao Chile (46-28). Os quartos de final, foi o momento alto da participação da seleção no mundial, com a fibra dos guerreiros antigos, a seleção pôs-se em picos de pé e venceu a Alemanha por 32-30. Na semifinal contra a Dinamarca os deuses do jogo sorriram ao adversário, Portugal respondeu com coragem. O início foi duro, a Dinamarca impôs-se com um vendaval de 6-2, mas os lusos, incansáveis, encurtaram distâncias para 20-16 ao intervalo. No segundo tempo, o império dinamarquês mostrou a sua força, mas os portugueses lutaram até ao último fôlego, honrando cada segundo da partida.

Nada, contudo, brilha mais intensamente do que a memorável vitória sobre a Alemanha nos quartos de final. Um jogo de alma e coração, onde Portugal desafiou as probabilidades e escreveu um novo capítulo na sua história. O marcador cravou 32-30 e com ele ficou a marca de uma seleção destemida, que nunca desiste, que nunca recua, que sabe que o sonho se constrói com garra e paixão. No duelo pelo 3º lugar, um jogo de cortar a respiração, decidido num único golo contra a França (34-35).

Entre as batalhas, emergiram heróis. Victor Iturriza, o guardião indomável, eleito o melhor pivô da competição. Francisco Costa, jovem prodígio, coroado rei da nova geração. Martim Costa, maestro do andebol, nome gravado entre os melhores. Juntos, ergueram Portugal a um estatuto nunca antes sonhado.

Este feito não foi apenas dos jogadores. Nos bastidores, a Federação de Andebol de Portugal preparou o terreno para esta odisseia: fortaleceu os centros de treino, elevou a preparação técnica, modernizou infraestruturas e construiu pontes com parceiros e financiadores, garantindo que o andebol português pudesse voar mais alto.

Portugal mostrou ao mundo que, com crença e determinação, os pequenos podem tornar-se gigantes. E assim, com os olhos no futuro e o coração repleto de esperança, o andebol luso segue adiante, pronto para escrever novas epopeias.

[Conteúdo publicado originalmente na edição de Março 2025 do jornal Reflexo]