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Constantino Veiga - PSD: Chegou, viu e venceu...

Redação
Política \ quarta-feira, novembro 02, 2005
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Ao fim de quatro anos na Junta, como tesoureiro, Constantino Veiga, alcançando uma vitória que se pode considerar histórica para o PSD, é o novo presidente da Junta.

Deste mandato espera a colaboração de todos e mostra-se confiante na disponibilidade da Câmara em apoiar os projectos apresentados durante a campanha eleitoral.

Estaria à espera da vitória, mas não com os valores registados?
Estava a contar com a maioria absoluta. Antes da contagem dos votos, escrevemos num papel os resultados que esperávamos obter e, no final, esses resultados foram de encontro às nossas previsões. Nestas autárquicas, o PSD apresentou um candidato com algum trabalho feito na Junta e com uma boa imagem. A minha actuação na Junta foi sempre pautada pela resolução dos problemas dos cidadãos, resolvendo na altura e não adiando como outros faziam. A nossa campanha foi bem elaborada e bem planeada, sabia onde e da forma como chegar à população. Entrámos com uma postura de cativar os vários sectores da população, desde os mais idosos aos mais jovens e nunca nos preocupámos com as listas adversárias.

Foi a vitória de um candidato com alguma experiência contra a juventude?
A lista do PS apresentava pessoas já muito vistas em anteriores eleições e, por outro lado, o cabeça de lista desse partido (sem estar a pôr em causa o seu valor), era muito jovem e acredito que tenha sido empurrado, pre-maturamente, para estas eleições. Acredito que junto de certo eleitorado, tenham optado pela minha imagem em detrimento da do José Luís Oliveira. A minha lista era constituída por um conjunto de pessoas que já tinham dado provas de um bom trabalho na Junta noutras alturas, caso do senhor Porfírio Martinho. A minha equipa transmitia mais confiança ao eleitorado, dava mais garantias.
O povo decidiu e acho que decidiu muito bem. O salto político dado foi muito criticado pelos outros candidatos, no entanto, o eleitorado não penalizou essa situação. Eu sou um cidadão diferente de outros, não escolho determinados momentos para maltratar as pessoas. Não procuro alturas de campanha eleitoral para chamar incompetente e outras coisas. Efectivamente, isso magoou-me. Mas como toda a gente percebeu, nunca foi nossa intenção entrar nessa linha de insulto. Sou uma pessoa íntegra e a verdade veio ao de cima. As pessoas acabaram por votar em mim, na minha equipa e acabaram por penalizar quem entrou nesse tipo de campanha, do insulto. Também tivemos outras forças de bloqueio, a começar na própria Junta de Freguesia, em associações da vila que contribuíram para autênticos comícios do PS. Felizmente não vamos precisar dessas pessoas para gerir a freguesia. Espero que tenham bom senso e mudem o discurso e passem a colaborar, para o bem da freguesia. Vão ser convidadas para isso e espero que o aceitem.

Foi difícil a campanha?
Estávamos no reino do medo. Várias pessoas que contactei ainda diziam vou votar em si, mas será que eles vão saber? Havia muita coacção psicológica e ainda bem que contribuí para terminar com essa situação. Na festa que organizámos no dia 5 de Outubro, sei de muitas pessoas que queriam comer e beber e não se aproximaram com o receio de estarem a ser vigiadas e mais tarde serem apontadas. Então, também foste ao comício deles? Era esse o receio.

Quais vão ser os primeiros passos como Presidente da Junta?
Vamos tentar implementar o nosso programa. O senhor engenheiro cortou relações comigo, talvez devido aos resultados eleitorais. Devo dizer que no dia das eleições não houve um único elemento da lista do PS que me tivesse dado os parabéns, ou me felicitasse pela vitória. Só no dia seguinte, o José Luís Oliveira me felicitou pela vitória. Sei que não terá sido fácil para eles suportar o facto do arquitecto ter conseguido a maioria absoluta. Mas, voltando à questão, existem algumas situações que têm de ser clarificadas, depois de estar com os dados todos e saber exactamente como a Junta está, vamos trabalhar pelas Taipas.

Como vai ser a relação com a Câmara?
Já ouvi coisas do arco-da-velha. O que é verdade é que nunca falei com o senhor Presidente da Câmara. Já me disseram que ele estava muito mal impressionado comigo. Mas isso entendo, porque depois de dezasseis anos de PS na freguesia, chega uma pessoa que em quatro anos retira a vitória ao candidato socialista, logo na vila dos olhos dele, não terá gostado. Agora, o que interessa, eu não estou mal impressionado com o doutor António Magalhães. É preciso entender que as pessoas optaram pela mudança. É óbvio que preciso de ter uma reunião com o Presidente da Câmara e com os vereadores responsáveis por determinadas áreas, para saber com o que posso contar, no sentido de resolver algumas necessidades da população da freguesia que represento. Não acredito que vá encontrar todas as pistolas viradas contra mim, só porque alguém lhe poderá ter dito que seria isto ou aquilo. Prevejo que o doutor António Magalhães esteja disponível para ajudar a população das Taipas a resolver os seus problemas. Na sua tomada de posse já disse que estamos em tempo de vacas magras, mas pelo menos o que foi prometido a uma outra candidatura, espero que isso venha a ser uma realidade.

Conta com elementos do PS para concretizar esses projectos?
Durante o debate do Reflexo questionei o doutor José Luís se estaria disponível para colaborar comigo, em caso de um vitória eleitoral do PSD. Ele afirmou que sim, não tenho razões para que isso não se venha a verificar. Na tomada de posse vou renovar esse convite e vou alargar a outras pessoas e a todos os taipenses, para que colaborem com a Junta.
Estarei na Junta, não para conseguir objectivos pessoais, mas sim para trabalhar pelas Taipas.