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Capela Dias surpreendido pela escolha dos eleitores de Caldelas

Paulo Dumas
Política \ quarta-feira, novembro 02, 2005
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O resultado obtido pela lista da CDU foi uma das surpresas da noite de 9 de Outubro.

Capela Dias não esconde a sua apreensão pela escolha dos eleitores de Caldelas. Entende que se verificou uma concentração de votos para derrotar o PS e isso também acabou por penalizar a sua candidatura.

Como interpreta os resultados eleitorais?
Verifica-se uma certa estabilização dos resultados da CDU, com mais votos para os órgãos municipais, do que para os órgãos da freguesia, o que quer dizer que, nas Taipas, funcionou o voto útil. Estas eleições confirmaram a deslocação do sentido de voto registado há quatro anos atrás. Nessa altura, emergiu a CDU como terceira força. Em Outubro deste ano, confirmou-se o declínio do PS e uma quebra da CDU.

O voto que andava desavindo do PSD e muito do PP foi direitinho para o PSD. Também tivemos mais votantes, a abstenção diminuiu, tivemos o TAC, com um resultado que me surpreendeu (não pensava que iria ter tantos votos).

A CDU acabou por quebrar
Foi uma surpresa. O nosso objectivo era consolidar a nossa posição, sabíamos que haviam alguns votos na CDU que eram no sentido da mudança. A CDU não corporizou, desta vez, a tal ideia de mudança, aproveitada pelo PSD.
O menor número de votos registados pela CDU para a Junta, em relação aos outros órgãos, só tem uma leitura, é que houve uma concentração de votos na freguesia para derrotar o PS. Era um sentimento manifestado há quatro anos, que agora se materializou. A questão principal que se levanta é o caminho que se tomou.
Foi uma vitória expressiva do PSD
O que mais surpreendeu, até certamente aos próprios, foi a amplitude da vitória do PSD. Não podemos esquecer que o PSD, antes desta gestão socialista, vencia as eleições na freguesia. É normal o PSD vencer nas legislativas, o mesmo se passou com Cavaco e Sampaio, o voto maioritário do não ao aborto. Há uma maioria conservadora nas Taipas. Durante muitos anos o PS conseguiu desviar muitos votos do PSD para si. Esse eleitorado regressou à base. Está consolidado? Acho que não. A própria vila está em mutação. Muitos residentes ainda não estão recenseados e muitos residentes não beberam da chamada água do leão, não têm raízes nas Taipas, não pertencem às famílias tradicionais, não entram naquelas discussões de bairrismo doentio, querem é resolver os problemas. Não sei quando vai ser mas a transformação das taipas está à vista, não sei é quando. Nós é que não vamos desistir.
A estratégia eleitoral da CDU não foi a melhor?
A nossa campanha foi a mesma a nível das freguesias e a nível nacional. Não fazemos campanhas pelo imediato, se assim fosse já teríamos deixado de existir.
Não é desanimador, durante quatro anos, ter preparado o candidato vencedor, mas por outro partido?
Com certeza. As pessoas que votaram decidiram quem ganha e quem perde, não disseram quem era o melhor ou pior candidato. As pessoas na altura da decisão acabam por escolher o candidato que lhe dá a ideia de ser capaz de vencer as eleições e de responder a alguns anseios.
Não se sente usado, ou a CDU não se sente usada, por ter preparado o candidato do PSD?
Sinto uma coisa pior, e é a primeira vez que o confesso, ser enganado por um amigo é a pior das traições.
Vamos continuar nas Taipas, como sempre estivemos, autónomos e a pensar pela nossa cabeça.
Postura na próxima assembleia?
Vamos respeitar a vontade popular e vamos assumir o lugar. As pessoas escolheram e não foi só o que escolheram, mas também da forma como o fizeram. Temos é de continuar a fiscalizar o trabalho da Junta.
Mas numa posição mais difícil, pois o PSD tem a maioria absoluta?
Ou mais fácil, não sei, é esperar para ver. Quando começarem as asneiras, os erros a vir ao de cima, nós cá estaremos.

Ver reacção de Constantino Veiga.

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Ver reacção de Ângelo Freitas.

Ver reacção de Vicente Salgado.

Ver reacção de Remísio Castro.