Uma escola nova e o trânsito entupido
A questão da mobilidade no concelho de Guimarães é uma questão velha; e não digo velha questão porque realmente é tão antiga tão antiga que se perde na memória da democracia.
No que nos diz respeito à zona norte do concelho, temos a nacional 101, troço Taipas-Guimarães, pilhada de automóveis e autocarros causada pela natureza de rua urbana em que se transformou esse troço de estrada.
A ligação à auto estrada, que chegou a ser uma esperança alternativa de resolução do problema, foi um logro cometido aos taipenses. Estamos assim há 30, 25, 20, 15 anos e nada acontece de significativo, a não ser um acrescer de trânsito que os atalhos procurados aliviam “poucochinho”.
Mas se a ligação à capital do concelho é o que é, um Caos em certas horas do dia, sem que os transportes públicos sejam uma solução de mobilidade, cá na vila, o trânsito promete ser um reflexo da ligação à sede do concelho.
Num intervalo que dura há ano e meio, o trânsito pela manhã e pelo fim da tarde, vai-se fazendo por culpa do interregno de funcionamento da EB 2,3 de Caldas das Taipas.
A escola, EB 2,3, está pronta; aguarda-se, sempre tendo em conta o ciclo eleitoral, a melhor hora – a hora PS - para a inaugurar e pô-la a funcionar.
A par da conclusão da nova EB 2,3 não foi construída, simultaneamente, qualquer via paralela e alternativa a quem não tenha de parar para a saída dos passageiros dos automóveis e autocarros que transportarão os alunos.
Continua tudo como dantes; e o antes estava mal. O depois também, por certo, estará.
A Câmara Municipal de Guimarães, governada pelo PS nos últimos 30 anos, já deu mostras que não quer (não diria incompetente) resolver o problema do trânsito entre Taipas-Guimarães e o trânsito intra vila.
Co-assumir a realização de uma obra, cujo custo orça os 6, 7, 8 milhões de euros, já ouvi todos esses números das mesmas pessoas, e não intervir nas vias de modo a que o acesso à escola e o restante trânsito da vila por ela provocado não seja um Caos, não é admissível.
A piorar o cenário descrito está ainda o facto do número de estacionamentos ter diminuído junto à escola, o que vai afectar outros locais da vila.
Exigia-se uma estratégia conjugada da reconstrução da escola e a abertura ou a requalificação das vias conducentes a escoar ou a impedir o entupimento do trânsito.
Fazer bem exige projectos integrados e soluções integradas.
Mais uma vez a Câmara vai-se refugiar de que a variante das Taipas é parte integrante da nacional 101 e quem manda nela é a Estradas de Portugal.
Reconstruir uma escola mantendo o trânsito entupido à sua porta (da escola), é sinal de incompetência que a Câmara de Guimarães não pode sacudir.
Por isso, lá para Setembro, quando se agendar a data certa da inauguração, com pompa e circunstância, e talvez esteja presente o ministro da educação, da nova EB 2,3, ouviremos o trabalhar ruidoso e os apitos desesperados dos automóveis parados, em fila, à espera de uma alternativa ou de uma nova e milagrosa postura de trânsito.
Será, com certeza, um dia de tristeza para as Taipas que se confrontará com a sua dura e triste realidade: a de ser considerado um ente menor na realidade do concelho.