Reconversão útil
Esse número passaria despercebido nas Taipas caso não tivesse sido pedido quase o mesmo valor, € 498.000,00, pela Taipas Turitermas para cobrir prejuízos.
É o sexto ano consecutivo que o município, com o nosso dinheiro, injecta centenas de milhares de euros na Taipas Turitermas.
E isso não seria problema, a não ser para os concorrentes privados que prestam os mesmos serviços, se os preços praticados pela empresa pública fossem inferiores aos de mercado. Não são! Em alguns serviços, como na piscina de Verão, até são mais elevados.
Face a essa situação em que empresa pública opera como um verdadeiro privado, principalmente no preço, o dinheiro dos contribuintes deve ser escrutinado até ao limite.
O Presidente da Câmara já admitiu que o Polidesportivo não deveria ter sido feito pela Turitermas e foi isso que desequilibrou as contas da Cooperativa.
O problema é que o Polidesportivo foi construído pela Turitermas com o voto de protesto da Junta de Freguesia de então, com Constantino Veiga a Presidente, por se entender que deveria ser o município a construir e a delegar na Junta a sua gestão. Defendemos isso na Assembleia Municipal e fomos desfeiteados por uma maioria socialista que só queria conquistar a Junta de Freguesia de Caldelas com o dinheiro de todos nós.
E é isso que não admitimos e censuramos: a instrumentalização do dinheiro de todos para fins partidários e pessoais.
Na altura dissemos mais, mais uma vez contra a corrente: com o piso em betão e pelo facto de ser aberto – o quer significa humidade e frio – o polidesportivo não serviria para quase nenhum desporto. Era um “investimento” falso: não era útil e só dava e dá despesa.
Mais uma vez, o tempo veio a dar-nos razão e agora quem paga é o contribuinte vimaranense e taipense.
Aquela estrutura só é verdadeiramente útil, para um período de seis meses por ano, outono e inverno, para a Petanca. Se realmente se quiser tornar útil aquele espaço, entreguem-no ao Clube de Petanca das Taipas e, todos os dias aquele espaço se enche de gente e de actividade.
É o mal menor para uma estrutura cara demais.
[ndr: Opinião originalmente publicada na edição de janeiro do Jornal Reflexo]