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Quem faz obras inúteis, é inútil

Manuel Ribeiro
Opinião \ sábado, dezembro 21, 2019
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A Câmara Municipal de Guimarães especializou-se a fazer tarde, a fazer o que se vem a revelar inútil. E quem faz o inútil, inútil é. Andamos a eleger inúteis para se pavonearem com inaugurações tardias com o dinheiro do povo.

É preciso que as pessoas compreendam que a politica da Câmara Municipal para o concelho de Guimarães é mais importante para a vila de Caldas das Taipas do que 100 orçamentos anuais da freguesia. Por aqui se vê a minudência e insignificância do orçamento da junta de freguesia para mudar os destinos da vila; freguesia que tem como bandeira que quem mendiga melhor e melhor é atendido, é o melhor! Reflexo de uma lealdade partidária insuportável par quem quer viver em mínima dignidade, porque mendigar é indigno. Mendigar não é democrático e faz lembrar o regime totalitário de Salazar tão condenado como imitado pelo PS.

O que se diz aqui é a defesa do mínimo de autonomia das freguesias que, desde sempre, foi negado pela Câmara Municipal de Guimarães – Câmara obriga as freguesias a mendigar para as condicionar politicamente e partidariamente. Hei-de dizer isto até à exaustão porque é imoral.

A vila por si não tem  meios nem força para se desenvolver. A força tradicional das Taipas, para além do período áureo que lhe adveio da riqueza das Termas, é o facto de ter estado na encruzilhada das estradas nacionais 310 e 101: As vias de comunicação a terem um importância fundamental no crescimento da vila.

Diluído que foi o poder das Termas e do cruzamento de duas estradas nacionais, é necessário encontrar novos factores que possam, aliados a outros, catapultar a vila para novos desafios de desenvolvimento.

A Câmara lembrou-se da via do Ave Park, apregoada – a Câmara Municipal não é mais do que um conjunto de pregoeiros – publicamente já vão, deixa-me lembrar, mais de 5-6 anos. Essa Via foi apresentada, em quatro ocasiões e em locais distintos, como uma necessidade para a sobrevivência das empresas sedeadas no Ave Park.

Questiona-se: se a Via do Ave Park era absolutamente necessária para a sobrevivência/viabilidade das empresas do Ave Park, essas empresas só podiam ter fechado ou faliram. Não há outra forma de entender isto. 5-6 anos é tempo demais para uma empresa esperar.

O que se provou, com esta espera toda, é que a Via do Ave Park não é necessária e que o projecto é mais uma forma da Câmara gerar expectativas que nunca, ou tarde de mais, vêm a ser cumpridas.

Pior do que não fazer, é fazer tarde. A Câmara Municipal de Guimarães especializou-se a fazer tarde, a fazer o que se vem a revelar inútil. E quem faz o inútil, inútil é. Andamos a eleger inúteis para se pavonearem com inaugurações tardias com o dinheiro do povo.

O Sr. Presidente da Câmara e os seus vereadores de obras inúteis, para não relacionar outras, o Toural actual, a Plataforma das artes, o Polidesportivo da Taipas, deveriam remeter-se à sua insignificância inútil e abandonar o projecto do Ave Park, já de si caduco, e cheio de agressões ambientais que tornam o concelho de Guimarães NÃO VERDE e de sustentabilidade ambiental duvidosa.

Por aquelas razões e por excluir as Taipas do seu traçado, a Via do Ave Park é prejudicial para as Taipas e logo para o concelho. O que é mau para as Taipas não é bom para o concelho.