Por uma Cultura da Paz
O Município de Guimarães aderiu ao Movimento Municípios pela Paz, constituído em Outubro de 2016, no âmbito de um encontro de municípios, na presença do Conselho Português para a Paz e Cooperação, movimento que persegue os objetivos da defesa da paz, da cooperação e da solidariedade, que entende deverem ser assumidos valores essenciais ao desenvolvimento humano, ao progresso social, ao bem-estar coletivo e à liberdade dos povos.
Tendo por base os princípios da carta das Nações Unidas e os valores de abril de 1974, o Movimento Municípios pela Paz tem como objetivos a defesa da Paz, envolvendo a comunidade local no seu todo.
A promoção da Paz é um desígnio de todas as nações e, neste contexto, os municípios têm um papel fundamental enquanto garantes da democracia e da participação das populações, considerando que a Paz é um bem e um direito essencial à vida humana e uma condição indispensável para o progresso, bem-estar, democracia e liberdade dos povos, sem a qual é impossível o desenvolvimento sustentável.
Reconhecendo que a promoção da Paz é um desígnio de todas as nações e, neste contexto, os municípios têm um papel fundamental enquanto garantes da democracia e da participação das populações, o Município de Guimarães aderiu ao Movimento de Municípios pela Paz, comprometendo-se a implementar os 10 Compromissos pela Paz definidos por este Movimento; colaborar nas atividades definidas pelo movimento, sempre que possível, envolvendo a comunidade local e as entidades que a integram.
Enquanto Movimento pela Paz, Guimarães continua um caminho há muito percorrido: continuarmos ativamente a debruçarmo-nos sobre as ameaças à paz social e internacional e a traçar, com base na partilha de opiniões e das práticas, estratégias de ação conjunta que contribuam para a promoção da paz em todas as suas dimensões, enquanto objetivo comum.
A adesão do município ao Movimento pela Paz reforçará positivamente este movimento e que contribuirá para uma reflexão ampla das ações pela paz, colocando cada vez mais os municípios portugueses como agentes ativos de paz alinhados com os Objetivos Globais da agenda 2030.
Vivemos um período singular da História da Humanidade que nos impele a responder com prontidão a inúmeras solicitações a nível local, nacional e internacional. A paz está, hoje, mais do que nunca, ameaçada, uma vez que a pandemia veio fragilizar mais ainda a situação de milhões de pessoas em todo o mundo, que torna invisíveis os seus países e as situações de guerra, ingerência e miséria.
O mundo vive um período de dura provação, marcado primeiro pela tempestade inesperada e furiosa da pandemia, depois por uma guerra que fere a paz e o desenvolvimento à escala mundial.
A guerra entra novamente na Europa no momento em que está a desaparecer a geração que a viveu no século passado.
Para além da guerra na Ucrânia, não esqueçamos, também, a situação devastadora que se vive na Palestina ou no Sara Ocidental, no Iémen, na Síria, na Líbia ou no Iraque, entre outros conflitos. Une-nos a condenação da guerra, a profunda preocupação com o agravamento da situação mundial e os sérios perigos para a humanidade que dele decorrem.
E estas grandes crises correm o risco de nos tornar insensíveis ao facto de que existem outras ‘epidemias’ e outras formas generalizadas de violência que ameaçam a própria humanidade e o planeta que habitamos, a nossa casa comum.
Perante tudo isto, temos necessidade duma mudança profunda, de uma verdadeira Educação para a Paz que começa em cada um de nós: na nossa casa, na escola, no nosso habitat, a todos os níveis da comunidade local, nacional e mundial.
Além disso, “a paz não é ausência de guerra”; nunca se alcança de uma vez por todas, antes deve estar constantemente a ser construída. É fruto da justiça, do desenvolvimento, da solidariedade, da preservação do ambiente e da promoção do bem comum, aprendendo com as lições da história. Não podemos permitir que as atuais e as novas gerações percam a memória do que aconteceu, uma memória viva, que ajuda a dizer, de geração em geração: guerra, nunca mais!
A paz é a prioridade de qualquer política. Que cada um, na situação em que se encontra, faça quanto depende de si para que as nossas comunidades sejam cada vez mais humanas e portadoras de esperança; que cada um de nós, e sobretudo aqueles que têm responsabilidades políticas, saibam ser verdadeiros artesãos da paz.