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Os amigos das Taipas

Redação
Opinião \ terça-feira, abril 06, 2010
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Na discussão e votação do orçamento do estado para 2010, o PCP voltou à carga com as propostas anteriormente reprovadas, agora com um argumento adicional cuja pertinência facilmente se percebe. Mas voltou a ser chumbada, pelos mesmos do costume.

No mandato passado, estando eu na assembleia de freguesia a representar a CDU, confrontei os meus pares do PS e do PSD com o facto de os deputados daqueles dois partidos na assembleia da república terem votado contra uma proposta do PCP que pretendia que o governo não só considerasse algumas obras das Taipas como importantes e necessárias, como as financiasse.

Tratava-se então da reabilitação do antigo edifício das termas, conhecido por banhos velhos e a via de ligação da vila à sede do concelho, obras que pelo custo estimado e pela competência são da câmara municipal, no primeiro caso, e do governo, no segundo, mas ambas a necessitarem de meios financeiros elevados.

Na discussão e votação do orçamento do estado para 2010, o PCP voltou à carga com as propostas anteriormente reprovadas, agora com um argumento adicional cuja pertinência facilmente se percebe. Mas voltou a ser chumbada, pelos mesmos do costume.

Diz-se que vivemos em crise, a crise que alguns teimam em não ver que também tem origem interna e não exclusivamente externa, sacudindo as culpas próprias para os outros.

Crise externa que começou por ser financeira, com origem na especulação dos bancos e nas suas negociatas de produtos de valor fictício, mas que rapidamente se estendeu ao mundo da economia, com efeitos terríveis no emprego e no encerramento de empresas.

Crise que afectou profundamente a confiança das pessoas e das instituições, e das pessoas nas instituições e que levará anos e anos para ser restabelecida, sendo incerto se recuperará os níveis anteriores, por tão traumática.

Crise que leva as pessoas a retraírem-se, a não comprar, minando os alicerces da economia baseados no consumismo, obrigando as actividades económicas ao reajustamento, causa de despedimentos, de insegurança e de incertezas.

Crise que convida os investidores privados a ficarem na retranca, a não arriscar, afectando negativamente a actividade económica, o crescimento económico e a criação de emprego.

Há muito sabem os economistas que neste cenário, cabe ao estado, muito mais do que em outros períodos, intervir, injectando dinheiro em obras socialmente justificadas.

O PIDDAC é o instrumento do governo para executar essas obras e projectos. Foi na discussão dessa ferramenta que PS, PSD e CDS não juntaram os seus votos aos demais partidos com assento parlamentar. Chumbando a proposta comunista votaram contra os interesses das Taipas e o seu progresso.