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Cancro da mama...Ajude-nos a combatê-lo

Redação
Opinião \ segunda-feira, dezembro 02, 2002
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O cancro da mama corresponde a cerca de 20% de todos os casos de cancro na população feminino.

É um tumor maligno que se desenvolve na região mamária e que afecta principalmente as mulheres, embora também possa ocorrer nos homens. A probabilidade de se desenvolver aumenta com a idade, atingindo picos de incidência nas mulheres que se encontram na casa dos 50 anos. Sabe-se, também, que as formas tardias têm um desenvolvimento menos rápido do que as que aparecem em mulheres mais jovens.
FACTORES DE RISCO

Ainda não se conhecem muito bem os factores que potenciam o aparecimento do cancro da mama. No entanto, a hereditariedade deve ser sempre tida em conta. Assim, uma mulher deve estar sempre mais atenta quando na sua família existem ou já aconteceram casos de cancro da mama ou ginecológicos, sendo o risco ainda maior se tem ou teve atingimento de dois familiares de 1º grau (mãe, irmãs) e em idades jovens.

Os factores de risco são:

- Hereditariedade
- Mulheres que não tiveram filhos.
- Mulheres celibatárias, de classe social elevada e com mais de 40 anos.
- Mulheres cuja primeira maternidade se verificou acima dos trinta anos de idade têm o dobro das possibilidades de desenvolver a doença, do que aquelas cuja maternidade se verificou com 18 ou menos anos.
- Menstruações precoces antes dos 12 anos.
- Multiparidade ter mais do que um filho é um factor agravante antes dos 40 anos.
- Menopausa tardia sobretudo após os 55 anos.

FACTORES DE PROTECÇÃO

- A maternidade.

- A amamentação.

- A prática regular de actividade física.

- Uma alimentação equilibrada.

COMO É A EVOLUÇÃO?

O cancro da mama desenvolve-se a partir de um pequeno nódulo na mama que, no início, não dói. Aos poucos, o volume do tumor aumenta e, por vezes, chega a afectar os gânglios linfáticos vizinhos ou outros órgãos (Metastização). Pode existir uma secreção de sangue ou de líquido através do mamilo e dores no seio, mas também pode não haver qualquer sintoma. Os primeiros sinais que a mulher pode sentir são emagrecimento, fadiga e palidez.

IMPORTÂNCIA DO MÉDICO

Sempre que a mulher sente que tem um nódulo na mama, se apercebe de deformações na pele dessa região, de que a mama segrega líquido, sangue ou pus através do mamilo ou ainda se à volta deste se formarem chagas e dor, deve dirigir-se com a máxima urgência ao seu médico.
O médico examinará, através da palpação, a mama e os gânglios linfáticos das axilas e das cavidades por baixo das clavículas. Auscultará, também, o coração e os pulmões.
Regra geral, os exames complementares incluem uma mamografia e/ou ecografia mamária. Em alguns casos recorre-se ainda a uma biópsia.
Se se tratar de um tumor, este e os gânglios linfáticos à sua volta normalmente são extraídos através de uma cirurgia. Depois desta, é imprescindível um controlo médico periódico.
Logo, se notar a existência de um nódulo, não deve hesitar em dirigir-se imediatamente ao médico, pois se o tumor for maligno, existe o risco de este aumentar e de metastizar, tornando, assim, mais difícil o seu tratamento.

TRATAMENTOS POSSÍVEIS

O cancro da mama pode ser tratado de diversas formas, de acordo com o tipo de tumor e com a evolução da doença. Não existe um tratamento que substitua a intervenção cirúrgica, ou seja, o tumor mamário resolve-se sempre pela cirurgia. Regra geral, é retirada uma parte da mama e, às vezes, a mama inteira.
Em relação aos tumores maiores, que já se tenham infiltrado nos gânglios linfáticos em volta da mama, são habitualmente extraídos em conjunto com a mama e ainda com o esvaziamento axilar (retiram-se os gânglios da axila que já estão com a doença).
Muitas vezes, completa-se a cirurgia com radioterapia de forma a destruir as últimas células cancerígenas que possam ter ficado.

Os tumores mais graves e que possam já ter afectado outros órgãos, como por exemplo, a outra mama, o fígado, os ossos ou até os pulmões, não se resolvem pela simples extracção cirúrgica. Nestes casos mais complexos, o tratamento inclui ainda sessões de radioterapia, quimioterapia e, às vezes, de hormonoterapia (administração de hormonas).

RASTREIO, A MELHOR ARMA

Na maioria dos casos, o cancro da mama pode ser detectado precocemente graças à auto-palpação e à mamografia, quando feitas periodicamente.
Actualmente, os avançados tratamentos permitem a cura, de acordo com as estatísticas, de 60 a 70% dos casos. Apesar disso, esta doença ainda hoje, nos casos mais graves, pode levar à morte.
Para evitar esta fatalidade, existe uma rotina simples e de grande ajuda, capaz de prevenir a progressão da doença. Falo da auto-palpação mensal das mamas, que deve ser feita imediatamente após o período menstrual e, no caso das mulheres com mais de 40 anos de idade, existe ainda a mamografia anual para o rastreio do cancro da mama.
Se a saúde faz parte das suas preocupações, então passe a incluir estes dois tipos de prevenção nos seus hábitos de vida.
Lembre-se, prevenir é saber saber é agir!

Para mais informações, dirija-se ao Movimento Vencer e Viver Liga Portuguesa Contra o Cancro (Porto 225492423 / 225405045).

Diana Costa Leite
Médica no Centro de Saúde das Caldas das Taipas