Nova concessão de transportes públicos
A nova concessão dos transportes públicos, muito anunciada, gerou e deverá gerar, junto da população, elevada expectativa muito devido à propaganda que a Câmara não deixa de fazer.
Estamos todos de acordo que necessitamos de uma rede de transportes públicos que responda aos novos anseios e modelos de mobilidade.
Esse novo modelo consiste no desinvestimento no transporte individual – automóvel próprio – e na opção, a mais generalizada, do transporte coletivo de passageiros.
Consiste na implementação de um modelo ecológico, por isso sustentável do ponto de vista ambiental, de modo a conseguir uma adesão plena dos cidadãos e à renúncia ao veículo individual.
Consiste na percepção de que o transporte colectivo é a alternativa principal ao transporte individual pelo que não pode faltar ou atrasar-se.
Consiste num transporte acessível para poder ser frequentado muitas vezes e talvez esta frequência de utilização seja a condição necessária para o tornar acessível em termos de preço.
E para isso terá de ter muitas linhas separadas por curto períodos, não superiores a 30 minutos.
Depois não poderá ser mais caro que o combustível gasto com a utilização do automóvel individual para os mesmos Kms.
Não poderá ultrapassar os preços praticados em Lisboa e Porto e se possível conseguir-se uma transição para o gratuito como o faz a câmara de Cascais.
Os transportes coletivos deverão ser elétricos ou a combustível não poluente.
Além de uma descarbonização do ambiente, se se concretizar tal objectivo, teremos menos trânsito nas estradas, menos acidentes, mais facilidades em estacionar.
Para as Taipas, a nova concessão, e numa primeira vista, parece que existem poucas linhas; com horários muito restritos que não se prolongam pela noite e que serão aos preços das anteriores. Se isso acontecer, vai continuar a carência de transportes públicos e a opção de transporte vai recair, como até ao presente, no transporte individual.
É continuar o que já não deveria servir.
ndr: artigo publicado originalmente na edição de janeiro de 2022 do jornal Reflexo