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Guimarães, 30 anos de socialismo

Sara Martins
Opinião \ quinta-feira, fevereiro 14, 2019
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No ano em que comemoramos 30 anos de socialismo no nosso concelho, importa conhecer o exemplo andaluz onde o poder absoluto dos socialistas tornaram uma das regiões mais ricas na mais pobre de Espanha

No ano em que comemoramos 30 anos de socialismo no nosso concelho, importa conhecer o exemplo andaluz onde 36 anos de poder absoluto dos socialistas transformaram uma das regiões mais ricas na região mais pobre de Espanha.

A Andaluzia é uma das 17 comunidades autónomas de Espanha. A sua capital é Sevilha, é uma das maiores regiões em termos de superfície e a maior em população. Tem o terceiro maior PIB de Espanha em volume mas, quando falamos em PIB per capita, indicador que mostra a qualidade de vida das pessoas, esta região é a mais pobre do país vizinho, o que significa que os seus habitantes têm um nível de vida muito baixo em comparação com a média espanhola. Em cada 100 crianças espanholas em risco de pobreza, 25 estão na Andaluzia.

A Andaluzia é uma região rica em recursos minerais e com grande potencial agrícola. Anos de políticas erradas levaram ao declínio do sector primário. Hoje a sua maior indústria é o turismo e é a região de Espanha com mais desempregados, com a taxa de desemprego a ultrapassar os 20%.

Mas se tudo era mau, porque é que os socialistas continuavam a ganhar eleições?

Até o ano passado a Andaluzia estava em último lugar no ranking da qualidade democrática da UE. A derrota inesperada do PSOE nas eleições de Dezembro, quando as sondagens lhe davam uma vitória confortável, veio pôr a nu o caruncho de uma democracia que afinal não o era.

Em janeiro foi divulgado um relatório que confirmou o que todos sabiam. O poder socialista na Andaluzia assentava numa rede conhecida como administração paralela, composta por empresas públicas, fundações e agências que serviam para colocar afiliados e boys do partido.

A Andaluzia é a região com mais funcionários públicos, ultrapassando os 270 mil e estima-se que mais de 10% estariam ao serviço desta administração paralela. O relatório revelou ainda a existência de 3405 empregos fantasma. Pessoas ligadas ao partido que recebiam salário por empresas públicas onde nunca puseram os pés.

Era este clientelismo político que sustentava o poder socialista. O dinheiro público era usado para financiar a actividade política e pagar a quem trabalhava para o partido. Com a distribuição de empregos garantiam apoio político. Os recursos necessários ao desenvolvimento da região eram desviados para o partido e seus membros, que prosperavam enquanto a região definhava.

Apenas com a derrota dos socialistas nas urnas foi possível conhecer estes números. O Sindicato dos Trabalhadores Andaluzes chegou mesmo a recorrer aos tribunais para poder ter acesso a esta informação, que o governo socialista insistia em esconder.

Não é preciso uma investigação muito profunda para constatar que, no nosso concelho, muitos dos funcionários das empresas e entidades participadas pela Câmara Municipal de Guimarães (CMG) assim como os ajustes directos para prestações de serviços, coincidem com os candidatos e apoiantes do Partido Socialista.

Em 2016, o PSD denunciou, numa assembleia municipal, o nome de vários militantes do Partido Socialista a quem tinha sido assegurado um emprego em empresas e cooperativas municipais.

Domingos Bragança anunciou então que tornaria pública a informação relativa aos trabalhadores das entidades onde a CMG tem participação. Três anos depois a informação continua no segredos dos socialistas.

O que têm a esconder?