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Comprar votos com dinheiro público

Manuel Ribeiro
Opinião \ quarta-feira, junho 12, 2019
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Cinco anos depois, o Presidente da Câmara veio ao aniversário do Agrupamento dos Escuteiros das Taipas renovar a promessa de construir, não ajudar a construir, uma sede para os escuteiros.

O actual Presidente de Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, é um homem que diz “sim” a tudo e ao seu contrário. Então quando é instado a pronunciar-se em público não resiste e tem sempre na manga uma promessa de realização para “adoçar” o evento. É um Presidente repetitivo na sua forma de actuação.

Nas reuniões de Câmara descentralizadas nas freguesias, não perde a oportunidade de prometer tudo o que a freguesia quer fazer; nos aniversários das associações e dos clubes, o registo mantém-se: promete um balneário, um relvado, uma iluminação e o que a ocasião o proporcionar. E nessa forma de actuar politicamente, vai prometendo o que não pode fazer mas deixa no ar que se vai fazer. É um especialista em criar clientelas políticas e vinculá-las às expectativas.

Cinco anos depois, o Presidente da Câmara veio ao aniversário do Agrupamento dos Escuteiros das Taipas renovar a promessa de construir, não ajudar a construir, uma sede para os escuteiros. Até aqui nada de novo, pouco mais do que é habitual nos tempos que correm, a Câmara a comprar votos com dinheiros públicos para o partido que a sustenta, fazendo parecer que é o PS que dá e que faz, num exercício de deturpação da democracia muito ao jeito dos socialistas democratas por conveniência.

A irresponsabilidade está no local onde o Presidente prometeu construir a sede do Agrupamento: no Parque de Lazer de Caldas das Taipas.

Se há local a preservar como exclusivamente público, desde sempre e para sempre, é o Parque de Lazer das Taipas.

Meter no Parque de Lazer uma colectividade, seja qual for, que ainda por cima precisa de um espaço amplo, para actividades que são próprias do Agrupamento de Escuteiros, é de repudiar.

Não concebo que o espaço público que deveria estar reservado ao uso da generalidade dos cidadãos, indistintamente, ser capturado por uma colectividade. E não concebo porque estamos a falar do espaço mais nobre das Taipas, que deve estar ao serviço e à disposição de todos.

Na ausência de vontade, má vontade ou divergências inultrapassáveis da paróquia para instalar os escuteiros na zona da Igreja e do Centro Pastoral, deverão ser encontrados outros espaços para construir a “sede” dos escuteiros, nunca no Parque de Lazer; nunca no coração das Taipas. Solução que pode, muito bem, prejudicar qualquer projecto de desenvolvimento turístico na zona do Parque de Campismo.

O Parque deve estar livre para atrair novos públicos para as Taipas. Sede dos Escuteiros sim, com a ajuda e não substituição dos poderes públicos, mas em local que não seja do parque de Lazer.