Bloquear para reinar
Os blogs estão na moda. Neles, pode-se encontrar de tudo: desde a mais espontânea forma de expressão livre, plenamente identificada, à mais gratuita e abusiva forma de expressão que sob o anonimato de um pseudónimo atreve-se a dizer aquilo que de outra forma não teria cabimento o melhor e o pior.
A função mais relevante, entendo eu, e de certo modo útil dos blogs, tem sido a denuncia de factos, que se vêm a tornar conhecidos e por isso designam-se fenómenos, sobre a prática de ilícitos que auxiliam as autoridades a prosseguir a investigação em determinado sentido.
Acerca da inauguração do novo parque de Ponte, têm sido tecidos comentários a essa notícia de variedade múltipla. Uns a favor, outros a lamentar por não ser das Taipas.
Na parte que toca aos Taipenses, deveria essa notícia causar grande alegria. Por um lado, o novo parque, à semelhança do anterior, ladeia o Rio Ave. Este é conotado com as Taipas e não com Ponte; portanto, beneficia as Taipas directamente. Os dois parques situados em Ponte têm acesso directo desde o parque de Lazer das Taipas. Os parques situados em Ponte distam mais perto do Centro das Taipas do que do centro de Ponte. Cabe dizer que os parques de Ponte servem mais as Taipas e as populações a Norte das Taipas do que as de Ponte.
Sabendo disso, a Câmara Municipal de Guimarães, descobriu uma boa razão para não fazer nada nas Taipas
Se os parques de Ponte, como ficou dito, servem mais as Taipas e as populações da sua área de influência do que as de Ponte, porque é que foram construídos em Ponte e não em território, propriamente dito, das Taipas?
O parque de lazer das Taipas é manifestamente pequeno para os utentes que tem. Necessita de ser ampliado e depressa.
Por que é que esse facto não concretiza: a culpa é da Câmara e da Taipas-Turitermas, a gestora do parque.
Tem isto a ver com uma política de afrontamento e de irracionalidade em consequência da não identidade de partido político gestor da freguesia e do Município.
É claro que Ponte tem todo o direito de ter um grande parque de lazer. Os circuitos dos dois parques de Ponte ultrapassam os 2000 metros; o das Taipas não ultrapassa os 600 metros.
E também tem direito a construir umas piscinas de preço mais apelativo que as das Taipas-Turitermas; e direito a descobrir umas termas com origens no tempo de Roma; e uma pedra de Trajano e a construir um parque de campismo, já agora, moderno; tem ainda o natural direito a ter duas praias fluviais, com queda de água, prancha e penedinho do meio. Têm, ainda, o irrenunciável direito a que a Câmara promova e financie a criação de uma cooperativa que tenha a gestão de todas aquelas construções e que os órgãos sociais dessa empresa sejam gente de gema de Ponte, se possível, novos militantes, sem experiência de gestão do que quer que seja mas que alberguem a suprema qualidade de abanar com a cabeça a tudo que, de bem e de mal, a Câmara faça, por acção ou omissão. Se esses direitos se concretizarem, daqui por 60 anos, garanto-vos, cidadãos de Ponte, os vossos parques estarão abandonados, as piscinas degradadas, e o parque de campismo fora de tempo, as praias fluviais sem utilidade porque as águas continuam poluídas.
É esta a imagem das Taipas.
A Junta de Freguesia luta contra este marasmo.
As forças de bloqueio Câmara e Taipas-Turitermas anulam sistematicamente qualquer iniciativa e quem quer trabalhar.
Chega! É necessário apontar responsáveis e pedir respostas: que projectos, que realizações, que obras, que reivindicações tem feito a Taipas-Turitermas para a dignificação do parque de campismo e do parque de lazer de modo a recuperar o prestigio e a qualidade lembrada de outros tempos, como é sua obrigação!.
Que propostas para reactivar as praias fluviais com a exigência da despoluição do Rio, necessidade com mais de uma década sem resolução.
Antecipo-me às respostas: nenhuns, nenhumas, nada.
Perante um parque que se encontra barrado a montante por um parque de campismo que não responde minimamente às exigências modernas de alojamento;
Perante uma empresa municipal, Taipas-Turitermas, que tem a gestão do parque de lazer e nada faz pelo seu embelezamento e alargamento;
Perante o silêncio dos responsáveis do PS das Taipas, silêncio que fede a conformismo partidário em detrimento das populações;
É necessário gritar: basta! Se não fazem deixem fazer!