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Autonomia consciente

Manuel Ribeiro
Opinião \ sexta-feira, fevereiro 06, 2009
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Quando um conjunto de pessoas tem necessidade de se organizar diria associar - para prosseguir interesses que lhe são comuns e ao mesmo tempo específicos, está a demonstrar AUTONOMIA, isto é, a faculdade de agir por si na prossecução de interesses que lhe são próprios.

Na dinâmica da origem e crescimento das povoações confluem inúmeros factores: a localização, os recursos naturais, a topografia, a intervenção humana. Com excepção dos aglomerados populacionais criados pelo homem por decreto Brasília, por exemplo existe, sempre, uma conjugação harmoniosa entre as condições naturais de um dado local e a presença do homem. A história do povoamento de Portugal e, mais recentemente dos Estados Unidos da América demonstram que, locais onde nem os lobos querem viver, são objecto de sedentarização humana.

A povoação de Caldas das Taipas, muito pela existência do Rio Ave e dos recursos termais, fixou população desde épocas anteriores aos Romanos. A existência humana nesta região permanece ininterruptamente.

A permanência populacional permitiu, para além da criação da paróquia, a criação de organizações de estrato pessoal.

Quando um conjunto de pessoas tem necessidade de se organizar diria associar - para prosseguir interesses que lhe são comuns e ao mesmo tempo específicos, está a demonstrar AUTONOMIA, isto é, a faculdade de agir por si na prossecução de interesses que lhe são próprios.

Manifestações dessa autonomia são inúmeros neste povoado, desde há mais de um século: são os bombeiros voluntários; é a banda de música; são os clubes desportivos; era a Junta de Turismo das Taipas; são as organizações que realizam eventos artísticos formalizadas ou não em associações; mais recentemente é a ACIT. Esta associação não nasceu contra a ACIG. Simplesmente, por via da proximidade, os comerciantes e industriais das Taipas entenderam que uma associação constituída por associados de cá respondia com mais eficácia aos seus problemas.

A criação da ACIT é uma manifestação inequívoca de AUTONOMIA do povoado das Taipas; assim como a existência e desenvolvimento de todas as outras organizações das Taipas.

Este povoado, que ao longo da história aprendeu a resolver os seus problemas, pela primeira vez, encontrou no poder político uma voz que lhe pode dar consequência. No entanto, a campanha para amordaçar a AUTONOMIA conquistada já começou.

No passado foi o CART com uma intervenção desavergonhada da Câmara de Guimarães. Agora é o CC Taipas, igualmente com procedimentos indignos. No futuro, hão-de ser os Bombeiros ou outra organização cujo controle possa dar votos. Tudo isto é feito com a colaboração e empreendedorismo de gente das Taipas. Os seus autores só neles pensam: nos seus empregos, nos seus amigos, na sua família, no seu partido.

Vou dar um exemplo: há uns tempos a JS, núcleo das Taipas, defendia, em comunicado tornado público assinado também por Luís Soares, que a o cargo de Presidente da Turitermas deveria ser remunerado e o de Presidente da Junta não deveria ser remunerado. As razões invocadas para sustentar tal tese eram de muitíssima fraca qualidade.

Agora já se percebe tão inusitado comunicado atribuído, à época, à irreverência e irresponsabilidade da juventude: o Sr. Luis Soares foi designado administrador da empresa municipal Taipas-Turitermas.

Por favor, senhores do PS, não agridam mais a consciência dos Taipenses.