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As Taipas da Empresa Municipal Taipas-Turitermas

Manuel Ribeiro
Opinião \ quarta-feira, setembro 06, 2006
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Ao fim destes anos todos há o reconhecimento de que a vertente termas está secundarizada na actividade da Taipas-Turitermas.

As entrevistas publicadas neste jornal têm o dom de revelar factos que todos já sabem existir, obtêm confirmação da boca dos seus responsáveis directos.

Da entrevista do Presidente da Direcção da Cooperativa de Interesse Público Taipas-Turitermas, ressalta, com interesse para as Taipas, o seguinte:

1. As Taipas-Turitermas é uma empresa municipal e, relativamente a ela, a Câmara Municipal de Guimarães pode decidir aquilo que entender;

2. O objecto da cooperativa não é atingir lucro;

3. Os cooperadores (detentores de títulos de capital) não têm qualquer beneficio;

4. A cooperativa não tem capacidade nem tem receitas que lhe permitam realizar obras de grande valor;

5. As Taipas-Turitermas não tem capacidade financeira para requalificar o edifício dos Banhos Velhos apesar de estar convencida que tal edifício lhe pertence;

6. As principais receitas provêm dos tratamentos de reabilitação física e de fisioterapia e das piscinas;

7. O número de utentes do parque de campismo é baixo;

8. A gestão do Parque de Lazer pertence à Taipas-Turitermas;

9. Os prédios onde estão instalados o agora Alameda Parque e o Príncipe Parque estão arrendados.

Os comentários que se me oferecem sobre as ideias centrais da entrevista começariam pela afirmação de que a expectativa desenvolvida pelos constituintes Taipenses da Taipas-Turitermas, entre os quais a Freguesia, encontram-se completamente defraudadas.

Ao fim destes anos todos há o reconhecimento de que a vertente termas está secundarizada na actividade da Taipas-Turitermas.
O parque de campismo caminha para a extinção;
As piscinas são cada vez menos procuradas. A explicação deste abandono prende-se com o custo de admissão o dobro do das piscinas públicas das freguesias próximas, apesar de o Presidente da Direcção afirmar que o objectivo da Cooperativa não é atingir o lucro.
O parque de lazer é mantido pela Câmara Municipal que fez o parque infantil, as placas informativas e disponibiliza a sua mão de obra para a limpeza. A intervenção da Taipas-Turitermas, no parque de lazer, é inexistente. É usual no concelho: nas empresas municipais, a receita é da empresa, a despesa é da Câmara.
O que realmente se mantém com sucesso no vasto património da Cooperativa são os espaços arrendados. Nestes, há a existência de património imobiliário recuperado e receita liquida. Naqueles em que a responsabilidade é da Taipas-Turitermas, a degradação é visível. Uma empresa municipal que não tem capacidade financeira para manter e recuperar o seu património só tem que ser alvo de um juízo de censura público e a afirmação de que é a única empresa municipal que se auto-sustenta, nesta perspectiva, não é verdadeira.
Nunca saberemos ao certo se ao dizer-se que a Taipas-Turitermas é a única empresa municipal que se auto-sustenta se está a tentar elogiar a Cooperativa ou a censurar a Câmara de Guimarães ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Por tudo o exposto é legitimo concluir que:
Para as Taipas, a exploração das potencialidades do património e bens das Taipas pela Cooperativa Taipas-Turitermas é prejudicial.