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As obras e os comerciantes

Manuel Ribeiro
Opinião \ sexta-feira, agosto 13, 2021
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O que está a acontecer nas Taipas é a realização das obras por fases mas com um desrespeito total pelos comércios instalados: fecham-se ruas, passeios, acessos sem alternativas razoáveis.

As obras novas, por si, são um benefício que agrada à esmagadora maioria das pessoas. Se são obras que não prejudicam o exercício da vida normal das pessoas e o comércio, merecem aprovação generalizada. Se redundam em prejuízo para a normal vivência das pessoas e para a perda de clientela, são obras que provocam mais mal que bem.

As obras realizadas nas ruas das cidades não são uma novidade para o município de Guimarães que fartou-se de as fazer aquando da “Cidade Europeia da Cultura”. E se não são novidade, as perturbações nas condições de acesso podem prejudicar e destruir o comércio e vidas.

As obras que contendam com circulação e acesso a estabelecimentos comerciais têm de ser planeadas no tempo, no espaço, e susceptíveis de causar o mínimo dano.

O que está a acontecer nas Taipas é a realização das obras por fases mas com um desrespeito total pelos comércios instalados: fecham-se ruas, passeios, acessos sem alternativas razoáveis, cheias de pó e lama.

Obras que duram, duram, até não se conhecer o seu fim, uma data, um número, uma calendarização.

A irresponsabilidade no planeamento de obras realizadas pelos municípios não tem passado ao lado dos tribunais portugueses que, em muitos casos, têm condenado os municípios a indemnizar os comerciantes com fundamento numa imposição de sacrifícios que excede a normalidade, entendendo-se esta normalidade como o regular funcionamento do seu comércio.

Parece que o pior ainda está para vir quando a fase das obras avançar mais para o centro da vila onde estão instalados inúmeros comércios.

O transito nas Taipas já é caótico e não se vislumbra qualquer projecto para o melhorar;

Não se conhece qualquer plano de contingência para evitar males maiores. Acredita o poder socialista instituído que o que interessa é fazer obras, nem que sejam um despejar de dinheiros públicos porque, acreditam, que assim sempre merecerão os votos do povo – uma visão 3.º mundista que é promovida para o embrutecimento da população.

Fica um desafio que deveria ser desnecessário: que a Câmara calendarize as obras; que as planeie a sua execução de forma a garantir acessos dignos da população ao comércio instalado; que pense em compensar os exploradores do comércio do centro da vila.

Só assim se fará justiça para obras que ao prosseguirem o interesse público violam os interesses particulares de forma inadmissível.